A União Europeia (UE) segue incapaz de dar uma resposta comum à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus na Europa. Após 16 horas de negociações em reunião, os Ministros das Finanças dos 27 países integrantes do bloco chegaram à conclusão que não era possível suspender o bloqueio que a Itália e os Países Baixos exerciam sobre acordo que permitiria a mobilização de mais de meio trilhão de euros. Agora, com o fracasso das conversas desta quinta (9), Berlim, capital alemã, e Paris, capital francesa, tentam impor um acordo mínimo para solucionar esta questão e começar a luta para a recuperação econômica.
Apoiado por Paris e Berlim, o pacote sobre a mesa da UE é uma espécie de plano Marshall, porém, desta vez, é a Europa quem terá que financiar do seu próprio bolso a recuperação. O objetivo é criar e desenvolver uma rede de segurança mútua para finanças públicas (240 trilhões de euros), empresas (200 trilhões de euros) e também para trabalhadores (100 trilhões de euros) de forma urgente.
No entanto, o principal empecilho está no Fundo Europeu de Resgate (Mede), que é chamado de firewall, caso um dos reflexos se espalhe até a dívida soberana.
A proposta de Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, é de que os países poderiam receber uma quantia equivalente a 2% do seu PIB para enfrentar a crise econômica. Logo, a Itália já havia demonstrado sua relutância em relação ao Mede antes mesmo da reunião, por conta das condições para obter tais linhas de crédito. Já os Países Baixos persistem numa dupla fase de acesso: primeiramente, o dinheiro seria desembolsado sem condições, porém, uma vez atendida a urgência, o país deve passar por um programa de adaptações e reformas.
Sendo assim, ao que tudo indica, o desfecho das reuniões da UE parecem não ir à luz. Assim, cada nação tem seu nível de agonia econômica aumentada na medida em que os reflexos financeiros da pandemia bate à porta.