Irregularidades de segurança provocam interdição no Parque Olímpico do Rio
Foto: Reprodução Redes Sociais

Através da decisão do juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Civil do Rio de Janeiro, determinada na quarta-feira (15), os Parques Olímpicos, na Barra da Tijuca e Deodoro, serão interditados em até 48 horas por falta da apresentação de laudos e licenças necessárias para a utilização da sede de esportes olímpicos praticados em 2016.

Há quatro meses, a mesma Vara Civil já havia pedido com urgência a apresentação de documentos das instalações, das Arenas Cariocas 1 e 2, o Centro Olímpico de Tênis e o Velódromo. Dentre as documentações solicitadas estavam: laudo de vistoria dos Bombeiros, e o "Habite-se", documento emitido pela Prefeitura do Rio de Janeiro, além de outras pendências relacionadas às obras e sua manutenção.

Em nota, o juiz Eugênio Rosa Araújo, responsável pela interdição, disse que a decisão é uma medida de segurança, pois a região costuma sediar eventos de grande público.

“Enquanto isso, regularmente são realizados eventos de grande apelo, principalmente no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, como shows e festivais, que recebem milhares de pessoas. Esse cenário, composto por locais progressivamente castigados pela falta de cuidado e pela presença de milhares de pessoas, se coloca de prontidão para a ocorrência de tragédias”, argumentou o juiz.

No mês de setembro, o Rock in Rio ocorreu no Parque Olímpico, e durante sete dias, o evento reuniu milhares de pessoas e diversas atrações internacionais. Dentre os convidados, cantaram, Drake, Bon Jovi, Iron Maden, entre outros artistas incluindo os brasileiros Emicida, Iza, Titãs, Detonautas e companhia.

Jeunesse

Imune da interdição, a Jeunesse Arena é considerada exemplar no que diz respeito à gerencia esportiva no Brasil. Sediando eventos de e-sports que ocorrem no Rio, além de partidas de vôlei, a arena foi criada para o Pan-Americano, em 2007, e desde então é gerida pela empresa francesa GL Events.

Deodoro

O Parque Olímpico de Deodoro também sofrerá a mesma interdição. Sem comando há mais de um mês, segundo diz a coluna do jornalista Demétrio Vecchioli, do UOL, a região que sediou jogos de Hipismo, Tiro ao alvo, Hóquei, Canoagem, Rugby e outras modalidades olímpicas, ainda não tem representantes no Escritório de Governança do Legado Olímpico (EGLO), criada pelo Presidente Jair Bolsonaro.

Exemplo grego

Sede das Olimpíadas de 2004, Atenas é um exemplo de abandono por completo após o evento. De acordo com o Estadão, vandalismo e rachaduras, além de uma enorme dívida, pois as instalações nunca foram vendidas, são legados que duram desde o início do século XXI, intensificado depois de 2009, quando a Grécia entrou em colapso financeiro.

Com um gasto de R$29 bilhões (9 bilhões de euros), grande parte das32 instalações criadas e renovadas para treze dias de jogos naquele ano estão atualmente em estado de decadência. Segundo o próprio jornal, em visita ao país, os gregos chamam de "ruínas modernas da Grécia" o Parque Olímpico da região.

Atualmente só o estádio Olímpico, usado em partidas de futebol, pelos clubes AEK Athens e Pannathinaykos, e uma parte das piscinas estão ativos. A antiga sala de imprensa cedeu espaço para a criação de um shopping center no local.

Próximo do Parque, a Vila Olímpica na capital grega também sofre com acúmulo de lixos e concentra uma significativa presença de moradores de rua.

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