Crítica | American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace
FX’s American Crime Story

American Crime Story fez The People Vs. O.J. Simpson um fenômeno depois de 20 anos do real veredito. O Assassinato de Gianni Versace não foi um caso sensacionalista, por isso, a FX, fez uma narrativa diferente nesta segunda temporada, finalizada nos EUA na quinta-feira (21/03) e aqui no Brasil um dia depois.

Baseado no livro da autora estadunidense Maureen Orth, Vulgar Favors: Andrew Cunanan, Gianni Versace and the Largest Failed Manhunt in U.S. History (disponível apenas na versão em inglês), a série começa direto ao assunto, com o protagonista, Andrew Cunanan (Darren Criss- Glee), puxando o gatilho e dando 2 tiros no estilista italiano, Versace (Edgar Ramirez - O último Bouner). Os Flashes Back dos eventos de como os dois personagens colidiram para que a tragédia tenha acontecido vão sendo mostrado ao decorrer da série.

Após um primeiro episódio marcante, retratando o assassinato do estilista, o projeto toma uma decisão ousada ao contar a jornada de Cunanan de trás para frente - apresentando os outros quatro crimes cometidos pelo serial killer, passando por seu vício em drogas e relacionamentos com homens mais velhos, até, enfim, chegar em sua infância.

Por optar por esse tipo de narrativa, o subtítulo “Assassinato de Gianni Versace” se perde, pois, os episódios decorrentes não passam essa imagem e sim a vida do serial killer antes do evento. Talvez esse título tenha sido dado para atrair a atenção do telespectador.

Vemos a personalidade do Andrew e suas ambições, mas não entendemos o porquê de todas as suas ações. São muitas teorias que podemos formular ao decorrer em que a série vai destrinchando o passado do sociopata.

O episódio volta ao seu ápice no último capítulo intitulado de 'Alone', já que é a sequência direta do primeiro episódio, ao contrário do restante da temporada para, finalmente, conectar todas as pontas soltas apresentadas até então. Recuperando o fôlego inicial do primeiro episódio, o final da narrativa segue em um ritmo mais acelerado, mostrando o desenrolar dos fatos pela perspectiva dos familiares.

A proposta de American Crime Story é usar tal história para retratar os preconceitos sofridos por homossexuais na década de 90. Os roteiristas Tom Rob Smith (Relação fatal) e Maureen Orth usam monólogos bem escritos e de grande importância. O que é interessante visto que a representatividade na época era baixa ou quase nada.

Se a edição de American Crime Story não superou as altas expectativas, não podemos dizer o mesmo das atuações. Darren Criss tem a melhor atuação até então, Edgar Ramirez consegue trazer toda a confiança e genialidade de Versace, a maravilhosa Penélope Cruz como irmã do artista, Donatella (quase não aparece em cena) e o Ricky Martin surge como um convidado no papel de Antonio D'Amico (o “amante” do estilista).

Nesta temporada houve a polémica da família Versace, já que eles não aprovaram o roteiro. Em um comunicado, eles criticaram a história da série, assim como o livro em que ela foi parcialmente baseada, escrito por Maureen Orth: "A família Versace não autorizou nem teve qualquer envolvimento na série de TV sobre a morte do Sr. Gianni Versace. Visto que a família também não autorizou a feitura do livro no qual a série é em parte baseada, nem participou da feitura dos roteiros da série, ela deve ser considerada apenas um trabalho de ficção".

o produtor da série, Ryan Murphy, fez uma declaração à revista Variety e comentou: "A história é baseada no livro de Maureen Orth, que é uma celebrada obra de não-ficção que foi aprovada há quase 20 anos. É tudo que eu tenho a dizer sobre isso, além de que, é claro que se sua família está sendo retratada em algum lugar, é natural ter um sentimento de 'bom, vamos esperar e ver o que acontece'".

Veja o trailer logo abaixo:

Nota da série de 0 a 5: 3

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