Fazer uma sequência à altura do primeiro Círculo de Fogo era uma missão complicada, mas como bem sabemos, grandes produções com grandes bilheterias geram sequência. E Círculo de Fogo: A Revolta nos entrega uma versão do primeiro filme mais genérica, apesar de alguns bons momentos.
A continuação se passa dez anos depois da vitória na Batalha na Fenda, onde aparentemente tudo está tranquilo e estável, até surgir uma nova ameaça e os jaeger, agora mais evoluídos, serem acionados novamente para impedir a destruição da humanidade.
Um enredo simples, contado de uma forma simples e sem muita complexidade. O roteiro do filme é a parte mais problemática aqui, os diálogos são rasos, os personagens tem poucas camadas, as motivações não convencem e quase tudo é bastante previsível. Há um momento específico em que chega a ser ridícula a decisão que os roteiristas tomaram para explicar algo que é absurdo até mesmo dentro desse universo.
As atuações aqui não trazem nada demais devido aos personagens serem bem caricatos, mesmo com bons nomes no elenco como John Boyega. Quem ainda consegue entregar algo positivo é a jovem Cailee Spaeny interpretando a Amara Namani, que carrega talvez o melhor arco do filme. O filme tem alguns alívios cômicos, como no primeiro, mas aqui em diversos momentos elas passam demais do ponto, com piadinhas sem graça e em momentos inoportunos, que tiram ainda mais o peso dramático.
Por outro lado, o filme cumpre bem o seu papel de entreter. As batalhas são belas visualmente e bem dirigidas, o diretor Steven S. DeKnight dirige aqui o seu primeiro filme e se utiliza muito bem da estrutura visual que o Del Toro construiu no primeiro filme, ainda que em menor escala. Ele deixa a câmera fluir, com poucos cortes e uma movimentação ao redor da batalha como se estivéssemos lá. Sentimos bem o peso dos jaegers e todo o impacto que isso causa na cidade.
Os efeitos visuais são bons na maior parte do tempo, principalmente na reconstrução de ambientação, o design e a movimentação dos jaegers e dos Kaijus são legais, mas em alguns momentos notamos ainda o uso da tela verde, mas não incomoda tanto. A trilha sonora é genérica e esquecível.
"Círculo de Fogo: A Revolta" não acrescenta nada de novo ao universo criado no primeiro filme, tem vários problemas de roteiro, mas no final de tudo, deve conseguir entreter boa parte de seu público.