Depois das denúncias de assédio sexual e estupro contra o produtor de cinema americano Harvey Weinstein, a #MeToo ganhou força e serviu de incentivo para que milhares de pessoas tomassem coragem para falar sobre suas experiências com esse tipo de situação.

Weinstein foi acusado por mais de 20 mulheres, entre elas, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevigne e Rose McGowan. O movimento de empoderamento para que outros casos sejam levados a público e abusadores não fiquem impunes foi reforçado na cerimônia do Oscar 2018.

Na noite de ontem, Ryan Seacrest não ficou debaixo dos holofotes apresentando a premiação como de costume. O apresentador -acusado de assédio sexual pela estilista Suzy Hardy- teve suas tentativas de entrevista ignoradas por todas as mulheres indicadas ao prêmio de melhor atriz: Frances McDormand (Três Anúncios para um Crime), Sally Hawkins (A Forma da Água), Margot Robbie (Eu, Tonya), Saoirse Ronan (Lady Bird - A Hora de Voar) e Meryl Streep (The Post).

Além disso, a ativista Tarana Burke –fundadora do movimento #MeToo- também não perdeu a chance de expressar seu desgosto em relação à Seacrest. Na noite anterior à premiação, declarou ao site Variety: “Eu sinto como se devêssemos estar comemorando de que as pessoas estão finalmente prestando atenção no que estivemos tentando dizer durante décadas... eles não deveriam mandar ele [para o Oscar]”. E não mandaram mesmo. A noite de premiações foi conduzida por Jimmy Kimmel, como ocorrido no Oscar 2017.

 Para fechar a noite, Frances McDormand, que recebeu o prêmio de Melhor Atriz por Três Anúncios Para um Crime, discursou sobre a chamada cláusula de inclusão (inclusion rider), que consiste no fato de que pode-se exigir que pelo menos 50% do elenco e da equipe tenha diversidade de gênero, cor, etc:” ... não vamos retroceder. Então toda a ideia de que mulheres estão bombando agora... não. De que os negros estão bombando agora... não. Ninguém está bombando agora. A mudança está acontecendo, e eu acho que uma cláusula de inclusão vai ter alguma relação com isso. Certo? O poder nas regras."