Seriado teve um episódio que intercalou cenas que pareciam de produções distintas, mas o resultado foi satisfatório. Ao menos foi essa a impressão que tive ao ver este capítulo de The Flash.
Notei a distinção de atmosfera nas histórias do Homem-Elástico/Tricksters e de Barry na Prisão, semelhante a estar assistindo duas séries ao mesmo tempo, uma focada na comédia e outra no drama. Dessa maneira, o capítulo possuiu ótimas cenas. Porém, da mesma forma que ocorre em Central City, o verdadeiro salvador desse episódio foi o Flash.
Ainda que sinta falta do Kid Flash que foi substituído pelo Homem-Elástico (cuja troca foi oficializada agora que o velocista irá entrar para Legends of Tomorrow), Ralph Dibny tem evoluído dentro das pretensões do novo ano.
Entre as alterações relevantes para esta season 4, encontrava-se a volta da veia cômica dentro dos capítulos. Ralph foi integrado justamente para abordar esse lado cômico. Após vários capítulos com aquele traje propositalmente vergonhoso, Cisco enfim fez um uniforme oficial para o herói em formação, que ficou esteticamente superior. Ralph também evoluiu mais nesse capítulo assim que descobriu o real significado de ser um super-herói, e isso devido ao auxílio de Barry. Fico na torcida para que o personagem vá ficando menos inconveniente e vá amadurecendo com consistência.
Esse capítulo teve a função de dar uma pausa nos eventos mais dramáticos da história e desde que seu nome relacionado à Dibny foi divulgado, já tínhamos em mente que seria mais descontraído. Quando trata-se de um capítulo contendo algum dos Trickters (trapaceiros), essa vertente cômica é ainda mais acentuada.
Devemos levar em consideração que o antagonista é, essencialmente, basicamente uma versão maligna de um palhaço de circo, assemelhando-se ao Joker. Todos os momentos que envolviam Axel Walker (Trickster filho) e Zoey Clark (Prank) possuíam um formato mais caricato, muito parecido com algumas das animações televisivas da DC.
Acredito que os produtores estão sabendo equilibrar bem e avaliar o que tem funcionado e o que não funcionou no seriado live-action do Flash, sendo capazes de homenagearem esses produtos. Algumas sequências são galhofas de propósito, resultando em partes engraçadas quando o fã possui isso em mente. Isso não se fez presente apenas pelos vilões Trickster e Prank, mas por determinadas atitudes e falas dos personagens em alguns momentos.
Os pontos mais positivos do capítulo foram as sequências de Barry na cadeia. A história por si mesma já é surpreendente dentro do seriado justamente por ela estar se estendendo além de um episódio, diferentemente de Ponto de Ignição e do confinamento na Força de Aceleração que foram finalizadas em somente um capítulo e isso é mais um aspecto benéfico para este quarto ano. Não apenas isso como dessa vez o roteiro está demonstrando o amadurecimento de Barry. Agora possuímos um Barry que possui o conhecimento do que é ser um verdadeiro herói e muito mais semelhante ao Velocista Escarlate que é tão amado por nós nas HQ’s (agora ele é o responsável pelos discursos motivacionais).
Tudo ali convenceu: Suas conversas, seu cuidado ao utilizar suas habilidades dentro da prisão e seus momentos com Íris (outro ponto que evoluiu significativamente é o relacionamento entre os personagens).
Ao fim do capítulo somos gratamente surpreendidos pela segunda participação (ou a primeira em The Flash, já que apareceu pela primeira vez no capítulo de Supergirl do grandioso crossover anual) da personagem enigmática vivida pela carismática Jessica Parker Kennedy (Black Sails, The Secret Circle).
Desde sua primeira participação muitos já foram especulando que ela se tratava de Dawn Allen, um dos filhos de Barry e Íris futuramente que junto de seu irmão constituem os Gêmeos Tornados.
As coisas agora se complicaram ao revelarem que ela possui conhecimento da linguagem na qual Barry havia voltado enigmaticamente escrevendo em sua condição catatônica ao se libertar da Força de Aceleração. Seria ela alguém de lá ou de alguma Terra paralela? Ainda desejo pque ela realmente se trate de Dawn e que, quando for revelada, proporcione uma história instigante para a season 5 do seriado. Ao levarmos em consideração o que estamos presenciando até agora, já é sabido por nós que, ao menos, podemos acabar sendo surpreendidos positivamente pelos produtores.
Curiosidades:
- Corinne Bohrer já havia interpretado Zoey Clark/Prank no seriado The Flash de 1990. Ela é a sexta atriz a viver novamente o mesmo personagem do programa original nessa atual.
- Bill Goldberg, que vive o novo companheiro de Barry na prisão, é o segundo pugilista a ter uma participação no seriado não sendo um meta-humano. O primeiro trata-se de Adam Copeland, o “Edge”, que viveu Atom Smasher na season première do segundo ano. O personagem de Bill nesse capítulo chama-se Big Sir. Nas HQ’s, Big Sir é um antagonista do Flash no qual o nome real é Dufus P. Ratchet.
- Caitlin cita mais uma vez o nome da garota que praticava bullying com ela na infância, Lexi La Roche. A diretora desse capítulo (e de mais outros dois do seriado) chama-se Alexandra La Roche.
- Jessica Parker Kennedy já esteve presente em outro seriado da DC. Em Smallville ela viveu Plastique, chegando a integrar o Esquadrão Suicida.
- A esquina entre as ruas Bilson e DeMeo na qual Trickster confronta Dibny está homenageando Danny Bilson e Paul DeMeo que foram os criadores do seriado The Flash de 1990.
- Esse foi o primeiro capítulo em que Ralph Dibny é chamado pela sua alcunha heroica como é famoso nas HQ’s, Elongated Man, ou Homem-Elástico.
- O nome do capítulo está referenciando o terceiro longa da trilogia do Cavaleiro das Trevas, “The Dark Knight Rises” (O Cavaleiro das Trevas Ressurge, 2012).
- Em baixo da escrita “Henry Allen was here” na cela de Barry, ele escreveu “so was Barry”, provavelmente referenciando o longa Um Sonho de Liberdade (1994): “Brooks was here” e “so was Red”. Quando Barry falou para Axel que é inocente, ele respondeu que todos ali também são, podendo estar referenciando o mesmo filme.
- Nesse capítulo apareceu o Mr. Beebo que havia aparecido pela primeira vez no episódio mais recente transmitido de Legends of Tomorrow.
Referências nerds de Cisco Ramon e Ralph Dibny:
1. Enquanto pensava em um nome heroico para ele mesmo, Ralph referencia dois heróis da Marvel: O Spider-Man quando diz “é seu super-herói amigo da vizinhança” e ao Senhor Fantástico (herói que possui as mesmas habilidades dele) quando começa a dizer e para “Mister...”
2. Quando Ralph se queimou com o ácido de Trickster, Cisco fala que isso não ocorreria se ele possuísse sangue xenomorfo como em “Alien”, referenciando o longa de 1979.
3. Após confrontar o Trickster, Ralph falou que possuiu sua primeira cúpula do trovão, referenciando Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão (1985).
4. Quando Cisco salva Dibny, ele fala para Trickster “Hoje não, Satã”. Essa fala ficou conhecida pelo vencedor da sexta edição de RuPaul’s Drag Race.