CRÍTICA: Game of Thrones (7ª temporada)
CRÍTICA: Game of Thrones (7ª temporada)

Em todos os anos é inegável o quanto Game of Thrones mexe com seu público. Disparada a série mais comentada nas redes sociais e sucesso absoluto de crítica com diversos prêmios ganhos, chegou a hora de analisar o sétimo ano de uma das séries mais importantes não só da atualidade, mas da história.

A sétima temporada antes mesmo de estrear já veio com algumas peculiaridades. A mais importante delas se deu na redução de 10 episódios para 7, o que narrativamente falando acabou se tornando um problema, pois o maior defeito dessa temporada é o ritmo mais acelerado do que deveria.

Game of Thrones sempre foi minuciosa na construção e desenvolvimento de seus personagens, criando camadas fazendo com que o público se importe com eles e entenda suas motivações. Mas aqui temos algumas forçações de barra que incomodam quem é mais detalhista. A falta de lógica em relação a tempo e distância e a falta de desenvolvimento da relação entre Jon Snow e Daenerys, por exemplo, poderiam muito bem ser resolvidos com alguns episódios a mais. É até compreensível que os showrunners quiseram entregar uma temporada mais dinâmica e sem espaço pra encheção de linguiça, mas a partir do momento em que você anula determinadas informações isso se torna um problema.

Mas se colocar esses erros na balança com os acertos, eles quase passam despercebidos, pois Game of Thrones acerta em muita coisa. Os efeitos visuais nunca foram tão lindos, muitos detalhes nos dragões, lobos e ambientação, principalmente nas cenas depois da muralha, as batalhas estão ainda mais intensas, com muito mais detalhes, a trilha sonora, como sempre, é um show a parte. Tecnicamente a série não deixa a desejar em nada.

Como já citei anteriormente, não foi uma temporada de muito desenvolvimento, foi mais uma temporada para ligar os pontos pensando no final da série. Foi o ano em que o fator surpresa menos se estabeleceu, alguns acontecimentos foram bem previsíveis e menos ousados que antes. Quanto a previsibilidade, isso não chega a ser problema, pois em Game of Thrones existem diversas e diversas teorias, e logo, a chance de uma delas ser verdadeira é muito grande.

Já em relação a falta de ousadia pode ser considerado um problema. Nessa temporada tivemos vários personagens importantes sendo colocados em real perigo de morte, alguns até mais de uma vez, mas eles acabaram saindo são e salvos. Quem acompanha GOT desde o início sabe que a série não costuma poupar personagens, nem mesmo os protagonistas, e usar desse recurso ajuda a reduzir a tensão do espectador, tirando dele o medo de perder alguém. Mas ainda assim tivemos pelo menos umas três mortes impactantes na temporada.

Sobre a evolução de personagens, o maior destaque aqui foi pra Jon Snow e Danaerys, mas nenhum deles evoluiu tanto assim. A Sansa e a Arya também tiveram seus destaques. Tivemos também uma participação especial do Ed Sheeran no primeiro episódio cantando, que não acrescentou em nada na série, mas foi legal de ver, principalmente pra quem é fã.

Spoilers daqui pra frente, leia por sua conta e risco

Sobre o relacionamento entre Jon Snow e Daenerys, eu até achei interessante, mas a forma como aconteceu me incomodou. Não me convenceu em momento algum a forma como eles se aproximaram tão rápido. E aquela cena no final então, foi mais forçada ainda.

O excesso de momentos de Deus Ex Machina nessa temporada passou dos limites, mas foi interessante pra trama a morte do Viseryon, ter um dragão do lado dos mortos deixa a guerra bem mais justa.

No geral, mesmo com alguns deslizes, Game of Thrones continua facilmente entre as melhores séries da atualidade e deve novamente brigar por prêmios.

NOTA: 8.4

VAVEL Logo