Crítica: Planeta dos Macacos: A Guerra
(20th Century Fox/ Reprodução)

Faria bem assistí-lo tendo na lembrança os dois filmes anteriores da franquia e o título original (1968). Caso não dê ou você não queira, Planeta dos Macacos: A Guerra inicia-se com uma breve revisão dos acontecimentos anteriores da trilogia. César mantém seu povo refugiado e sua liderança sábia, enquanto seu inimigo arquiteta um plano para tornar a guerra inevitável. Após os eventos que culminam nessa inevitabilidade, César parte em uma cruzada junto de Maurice, Rocket e Luca visando dar tempo ao seu povo para migrar até longe do conflito e também para que ele possa fazer justiça com as próprias mãos a respeito do seu inimigo, agora pessoal, Coronel McCullough (Harrelson) que lidera militares e sobreviventes remanescentes do antigo Comando do Norte.

Mais realistas do que nunca os símios (NÃO macacos, contradizendo o título traduzido) protagonizam o seu filme, não deixando os humanos menos interessantes. Mas mantendo seguramente a nossa identificação, carisma e preocupação muito mais elevados com os personagens que não compartilham uma raça com o espectador. O que serve para maior entendimento de pacifismo, compaixão e tolerância em tempos de ideias divergentes e achismos descabidos na nossa realidade humana. O alívio cômico existe, para a surpresa geral, mas ele é bem feito e conquista seu lugar. Quem sabe se não fosse um certo "tom circense" em uma cena de fuga, por se tratar de "macacos", a premissa teria mantido a perfeição nesse sentido. Mas está longe de erros de fato. 

Não existe a menor chance de não torcer por César e seu povo, mas também não se pode virar as costas para os motivos humanos para a guerra, mesmo depois que descobrimos divergência de pensamentos em nossa raça quanto ao vírus símio que varreu a população do globo. E a relacionada "culpa" para com os super inteligentes macacos. Sendo exatamente isso o que torna interessante e plausível o discurso e motivação do Coronel, seus atos mesmo nefastos, encontram uma linha de raciocínio que fazem dele e de seus homens, cabíveis e realistas mediante o conflito. 

Outro ponto interessantíssimo é que essa franquia não anula o título original de Planeta dos Macacos, pois as consequências trazidas pela epidemia que continua arrasando o planeta encaminha de forma respeitosa para aspectos e resultados do filme de 1968, dando um ar de "origins" para essa franquia. Como se não bastatesse, o zelo pela coerência de uma trilogia foi louvável. Personagens que nos apegamos, aprendemos a entender, superar e nos deixar ser cativados. A conexão é tão forte que o espectador se alegra em ver rostos e nomes símios já conhecidos. Um sentimento e laço tão exigente e raro de se ver, mas que ao fim do arco, quando se conclui a história, você entende a necessidade de tudo e aceita aquele final como um necessário e bem estruturado "Fim". 

NOTA 0 à 5: 4,5

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