CRÍTICA: The Flash 03x21 - Cause and Effect
(foto:divulgação)

Todo ato gera uma consequência.

Esse capítulo inicia no exato instante onde o episódio anterior acabou, com Barry dialogando com o Barry do futuro depois de ter descoberto a sua identidade. Deste ponto em diante, diversas informações e respostas em relação a Savitar e sua história nos foram passadas. Todo o esclarecimento, tanto entre o diálogo entre os dois no qual o Barry do futuro esclarece quem é ele e como se transformou no Savitar, em sequência com a explicação detalhada de Cisco para o time, foi sensacional e ao mesmo tempo confuso. Foram tantos detalhes para compreender que acabei pausando e revendo toda a conversa (algumas partes repetidas vezes), por isso os 10 minutos iniciais do episódio levaram aproximadamente meia hora para serem assistidos (não, não sou devagar, apenas quis compreender mais claramente).

Savitar também é uma, e a principal entre elas, reação do Ponto de Ignição, realidade gerada por Barry no começo dessa season. Todo o terceiro ano foi desenvolvido em cima dessas alterações, defeitos e anomalias geradas por esta viagem ao passado e agora chegamos no seu empecilho mais problemático e grandioso, um remanescente temporal. E deixando as coisas ainda piores, um que possui conhecimento sobre todo o seu raciocínio e sabe todas as suas ações, o que faz com que Barry e seu time fiquem sem soluções. Assim sendo, por que não tentar alterar suas lembranças, fazendo com que as lembranças de Savitar também sejam modificadas? Somente poderia dar confusão, correto? E esta foi a trama do capítulo.

Nesta semana, The Flash possuiu um dos seus capítulos mais divertidos e emocionantes desde um longo período. Boa parte do capítulo foi engraçado devido a Barry e Cisco. O seriado evidencia novamente o talento de Grant Gustin, especialmente nas sequências descontraídas, várias vezes sutilmente. Seja uma ação, uma cara cômica ou uma fala simples. Seus atos sem suas lembranças nos trouxeram de novo a época do primeiro ano e demonstrou como esse seriado já fora e ainda pode voltar a ser sem toda essa carga dramática na qual tem predominado nessa última season, algo bastante similar ao que assistimos no crossover musical. Também foi interessante presenciar como essa modificação alterou o antagonista Savitar e consequentemente até o Wally West (que obteve suas habilidades devido ao “auxílio” do deus da velocidade).

A função de Íris dentro do capítulo foi um aspecto que se destacou pra mim e quem sabe tenha sido quem possuiu um trabalho mais instigante. Após Barry perder suas lembranças, ela começa a perceber nele emoções e trejeitos que gradualmente o personagem foi deixando de ter: Sua descontração e seu despojamento. Considerar não devolver as lembranças de Barry para que ele possua uma oportunidade de iniciar sua vida do zero pode soar egoísta, mas teve lógica para a situação que os personagens estão vivendo. As conversas entre o casal não foram mais manjadas e entediantes como haviam sido nos capítulos passados e se transformaram em ótimas sequências para os dois intérpretes em ação. Tanto que foi em uma delas que a melhor conversa do capítulo surgiu: Quando Barry encontra-se pensando a respeito do que transformou o remanescente temporal no que ele é, e o que ele mesmo irá ter que se transformar para vencê-lo.

Killer Frost foi começando a dar dicas de que pode acabar se recuperando logo em seguida, lamentavelmente. E falo desta maneira porque assistir Caitlin como Killer Frost foi o ápice da personagem no seriado, além de ter sido uma das histórias mais interessantes dessa season. Presenciar isso se desfazer em pouco tempo será decepcionante. Desejamos assistir a antagonista gerando mais empecilhos na vida do time. Em relação a sua última sequência no elevador, existem duas possibilidades (que podem ser respondidas já no capítulo seguinte): o olho de Caitlin mudou em um instante de fraqueza da faceta de Killer Frost, ou pode também ter demonstrado que Caitlin encontrou-se com sua consciência intacta nesse período, porém se juntou a Savitar com algum objetivo. Quem sabe para de alguma forma achar uma maneira de vencê-lo, o que seria um caminho curioso também. Contudo, por hora fico torcendo pela faceta vilanesca da personagem.

A computação gráfica do capítulo estava incrível nele, como também tem sido nos anteriores. Acrescentando isso ao trabalho satisfatório que o seriado tem feito, pode-se afirmar que as expectativas para os dois capítulos finais são positivas. Mesmo com a veia cômica que vimos nesse capítulo, o início e o fim foram bem ligados à história de Savitar. Agora o importante é não se atrapalharem deixando o nível diminuir, para que tenhamos pelo menos um bom encerramento nesta instigante terceira temporada.

PS: Cisco falando ao Bandido Térmico a respeito de seu nome: “Eu gosto. Acho o máximo.” Hilário.

Easter Eggs:

- Nesse capítulo, depois de esquecer suas lembraças, Barry Allen solicita que o chamem de Bart. Nas HQ’s, Bart Allen é o neto de Íris e Barry. Ele também obtêm as habilidades da Força de Aceleração e se transforma no herói Impulse. Futuramente quando Barry falece e Wally (até o momento o Kid Flash) vira o Flash novo, Bart se torna o Kid Flash da vez. O personagem teve sua primeira aparição em Flash#91, em junho de 1994.

- O antagonista piromaníaco Lucious Coolidge, o Bandido Térmico, que surgiu neste capítulo, não faz parte das HQ’s.

- Mick Rory, o Onda Térmica, é citado pela CCPD como sumido, apontando que a polícia desconhece a sua localização. Rory faz parte do time Legends of Tomorrow e não está nem em Central City, nem em 2017.

- Cisco mencionou pejorativamente Hartley Rathway, seu ex-parceiro de emprego que se transformou no antagonista Flautista. Porém, em sua participação final, o comportamento de Hartley pareceu modificado devido às viagens no tempo de Barry. Hartley auxiliou o time Flash e aparentou estar se dando bem com Cisco. Existe a possibilidade que o imprevisto no Ponto de Ignição tenha modificado o personagem de volta a sua personalidade esnobe.

- O nascimento de Barry Allen foi em 14 de Março de 1989.

- Na carteira de motorista de Barry, descobrimos que ela foi renovada em 10 de Março de 2014, o que não é possível levando-se em consideração que Barry encontrou-se em coma de 11 de Dezembro de 2013 à Setembro de 2014.

- No colégio, Barry era muito fã de Dragon Ball Z. Por coincidência, esse capítulo foi transmitido na mesma data em que no Japão celebra-se o “Goku Day”.

Referências Nerds de Cisco Ramon:

Cisco: “Como em Star Trek, quando o transportador divide o Kirk entre o Kirk do bem e o Kirk do mal. (para HR) Diga que tem Star Trek em sua Terra.”

HR: “Voyager”.

Cisco: “Eu odeio spin offs.

Cisco está se referindo ao capítulo 1x05 “The Enemy Within” do seriado clássico (1966). HR menciona o segundo seriado spin off, Star Trek: Voyager (1995).

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