Savitar, descobrimos sua identidade.
O demorado aguardo (20 capítulos, sendo mais específico) enfim terminou e a verdadeira identidade de Savitar finalmente foi relevada. Quem diria, The Flash tem obtido sucesso em melhorar no último seguimento do terceiro ano. Ainda que tenha reaproveitado histórias entre as temporadas, a maneira como neste capítulo trabalharam as cenas que conduziram a revelação foi empolgante e muito mais instigante que a da season anterior.
Uma versão futura de Barry trata-se de Savitar, o deus da velocidade. Não chegou a ser surpreendente para todos. O legal foi perceber que todo esse tempo o roteiro estava dando-nos pistas, com em uma delas Julian, controlado pelo antagonista, tendo dito literalmente “I am the future Flash”, porém todos entendemos como “I am the future, Flash”. A força interpretativa servindo de exemplo. Interessante que foi dessa sequência (capítulo 9, midseason finale) em diante que fui suspeitando que Savitar tratava-se do Barry do futuro corrompido. Não tive mais dúvidas de que estava certo no capítulo anterior quando o presenciamos mostrando-se para Killer Frost. Não teria como ser o Ronnie como alguns teorizaram, pois ele precisaria possuir super-velocidade, portanto o único indivíduo que poderia fazê-la se unir a ele tão rapidamente seria o Barry em si.
Contudo, fica a dúvida por hora a respeito de qual linha temporal esse Barry veio, levando-se em consideração que o Barry de 2024 que presenciamos no episódio passado, ainda que anteriormente houvesse a possibilidade dele se transformar no antagonista, acabou retornando a ser o Barry que estamos habituados. Além do mais, o Barry/Savitar não tem a idade suficiente para se tratar de uma versão do velocista de uma linha temporal tão longe. Justamente o oposto, ele parece possuir no máximo a mesma faixa etária do Barry de 2024 (Barry’s demais em apenas um parágrafo). Assim sendo, ainda que já saibamos de quem se trata, ainda falta conhecermos mais a respeito dele: Qual foi sua motivação que o levou a se transformar no deus da velocidade, o que conseguiu corrompe-lo desse jeito, qual razão o levara a querer assassinar sua preciosa Íris, o que houve com sua face, e por aí vai. Acredito que seria produtivo se nos dois episódios seguintes, não passando disso, já que o vigésimo terceiro irá ser o season finale, contássemos com um flashback (nesta situação um flashfoward?) que exibisse a trama do vilão e conhecêssemos melhor ele e sua linha temporal. Outra coisa que vale ser ressaltada é que como ele possui as memórias do Barry do passado, com este chegando a dizer que ele estava lá e viveu tudo isso, ele realmente deve ser da mesma linha do tempo, somente no futuro.
Danielle Panabaker nunca esteve melhor no seriado como atualmente sendo a Killer Frost. Caitilin sempre fora uma personagem mais atenciosa, adorável e esperta, porém seus arcos mais importantes sempre permanecerem relacionados a relações amorosas. Atualmente como Killer Frost a mesma está possuindo a chance de ficar mais livre e demonstrar uma faceta mais audaciosa e violenta, o que tem sido muito bom. Desejo que a personagem permaneça como antagonista por um período porque tem entregado uma ótima performance. Sua interpretação em conjunto com o ótimo serviço que equipe visual tem proporcionado está realmente satisfatório. As sequências de ação neste capítulo foram excelentes.
Falando em momentos de ação, a minha principal ressalva sobre o seriado permanece sendo em relação aos poderes do Flash em campo. A produção deve pensar que o Flash sabe somente correr. Ele possui outros poderes que adquire através da Força de Aceleração que são tão espetaculares quanto. Por isso é necessário pegar mais das HQ’s e utilizá-los mais frequentemente no seriado, ou transmite a ideia de que ele só sabe fazer perseguições ou escapar de um antagonista rapidamente, dando uma parada apenas quando é acertado por um soco ou habilidade do adversário. Três anos somente disso já não bastaram?
A personagem que apareceu para auxiliar o team Flash a buscar uma maneira de vencer Savitar foi um acréscimo instigante até agora. Tracy não apenas possui um importante papel a desempenhar no fim dessa season como tem possuído uma agradável química com HR, que até o momento encontrava-se meio deslocado no time e no elenco. Presenciar Cisco transmitindo dados para ele enquanto o mesmo tentava ir flertando com a universitária foi engraçadíssimo. Falando em Cisco, a carga dramática inserida no personagem depois do Ponto de Ignição finalmente se estabilizou e encontrou-se mais sólida nesse capítulo. Seu receio de poder matar sua melhor amiga num confronto proporcionou uma faceta instigante para o personagem. Já Julian não foi bem trabalhado nesse capítulo que possuiu a maçante função de ficar correndo atrás do Cisco constantemente querendo descobrir o motivo dele estar relutando em combater a Killer Frost e querendo orientá-lo persistentemente. Diminui-lo a um simples par romântico sem importância não tem sido bom para o personagem e nem para o intérprete.
Joe obteve um foco que foi positivo se levando em consideração a temática do capítulo. Todo o peso dramático relacionado aos seus sentimentos por Cecile, ainda que já manjado em trama de heróis, foi bem desenvolvido devido aos dois atores. E esse foco sentimental que o personagem vêm obtendo gradualmente só liga ainda mais o futuro dele com as informações de Savitar. Temos conhecimento que um dos personagens falecerá, tratando-se de Íris ou outro, e também fomos informados de que ele terá uma homenagem na cidade. Ligando esses pontos, e a situação de que contaremos com uma sequência de enterro no episódio final onde não o viram nos bastidores, tudo indica que Joe será a perda no team Flash dessa temporada.
A direção que esse fim de season tem seguido pode nos proporcionar um bom encerramento para a temporada problemática como esse terceiro ano. O confronto Barry vs Barry aparenta ser o clímax da season e que pode acabar deixando cicatrizes e gerar consequências relevantes para os personagens nos anos seguintes. E que dessa maneira The Flash consiga obter novos ares e usar novos elementos dos personagens e acontecimentos, pegando o máximo possível das HQ’s. Não é querer demais.
Easter Eggs:
- Referência Nerd de Cisco Ramon:
Tracy: “Basicamente estão dizendo que sou a Sarah Conner de Exterminador do Futuro.” (O Exterminador do Futuro, 1984).
Cisco: “Bem... você está mais pra Miles Dyson.” (O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, 1991)
- Tracy refere-se à Killer Frost como a Feiticeira Branca (White With), referenciando a personagem Jadis de As Crônicas de Nárnia.
- Como mostrado no capítulo, alguns dos cafés comprados no Jitters possui nomes dos heróis e antagonistas de Central City, como o Moca Flash e o Zoom, que consiste num expresso triplo com um toque de pimenta caiena.