CRÍTICA: A Vigilante do Amanhã (Ghost in the Shell), 2017
(Foto: Divulgação/Paramount)

Após ficar à beira da morte, o cérebro de Motoko (Scarlett Johansson) é transferido para o corpo de um ciborgue, e ela é obrigada a lutar contra crimes cibernéticos pela Hanka Robotics, empresa de tecnologia que a salvou.

Pode-se alegar que foi um filme feito para os fãs da franquia original, mas é fato de que este passou bem longe de ser um grande filme.

Temos aqui um roteiro preguiçoso, que não dá profundidade aos seus personagens e nem as suas tramas. Eu gostaria de ver mais do drama pessoal da Motoko por ter se tornado meio humana e meio robô, mas logo no início do filme vem o lapso de tempo e perdemos todo o desenvolvimento dela. Não temos nenhum vilão impactante aqui, nenhuma motivação forte para justificar suas atitudes. É tudo muito raso, muito vazio.

As atuações também não ajudam. Scarlett Johansson traz uma personagem de uma só expressão, pode-se até alegar que isso mostra o lado robótico dela, mas não, ela parece desconfortável o tempo inteiro, dá a impressão de que ela não está a vontade fazendo o filme. O mesmo acontece com quase todos que aparece em cena, fruto de um péssimo trabalho de direção de atores do Rupert Sanders. Michael Pitt é o único que consegue entregar algo interessante com uns bons monólogos como Kuze, mas temos muito pouco dele aqui.

A fotografia é boa, temos alguns planos que fazem justa homenagem a obra original de 1995, e uma paleta de cores mais fria, mas que contrasta com muitas cores fortes para exemplificar bem a cultura oriental. A ambientação é lindíssima, disparado o ponto mais alto do filme. É uma definição de futuro muito bem idealizada e muito agradável aos olhos do espectador. O que eu senti falta foi de uma trilha sonora marcante, infelizmente a mesma acaba passando despercebida. E o 3D do filme é completamente dispensável.

Mas muitas pessoas querem saber mesmo é se as cenas de ação compensam, e até que funcionam em parte. Todas as sequências de lutas são muito bem construídas, mas há um uso excessivo de câmera lenta que deixa tudo menos dinâmico. Sem contar que 80% dessas cenas se encontram nos trailers.

Outro problema no filme é seu ritmo. Ele não é tão longo, tem 108 minutos, mas mesmo assim ele fica bem arrastado lá pela metade e só volta a engrenar de novo no final.

Ghost in the Shell é um filme preguiçoso, a falta de desenvolvimento e de atuações fortes faz com que a história não cause impacto algum. Visualmente ele compensa, mas nos entrega muito pouco. Ainda assim, os fãs da obra original podem gostar por conta da nostalgia.

NOTA: 4.0

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