CRÍTICA: The Flash 03x18 - Abra Kadabra
(foto:divulgação)

The Flash permanece caminhando lentamente (irônico, né?) e nos entregou na última semana um capítulo a respeito de escolhas, no qual presenciamos a maioria dos personagens tomando decisões que podem acabar definindo seus rumos para o final dessa season. Sejam elas positivas ou negativas, espertas ou questionáveis.

Barry Allen aparenta ter achado equilíbrio em suas emoções e convicções heroicas. Ainda que soubesse que Abra Kadabra poderia conceder-lhe informações preciosas, como o nome de Savitar e sua fraqueza, ele encontrou-se decidido em sua escolha de permiti-lo ser capturado pela Cigana. Caso tivesse sido há poucos capítulos anteriores, a trama poderia diferenciar-se disso já que o nosso protagonista estava consideravelmente transtornado e confuso por conta do futuro falecimento de Iris. Desejo presenciar mais dessa faceta heroica do personagem daqui em diante, sendo melhor trabalhada e evoluída. Isso tem feito bastante falta nessa season.

Ainda assim, Barry decide viajar até o futuro para descobrir mais informações sobre o que virá: sua batalha com Savitar e como vencê-lo. Talvez até mesmo saber sua real identidade. No capítulo seguinte, quem sabe obteremos todas essas respostas e descobriremos se esta foi uma escolha certa a ser realizada e que (por favor) não altere novamente a linha do tempo conhecida por nós.

O capítulo possuiu algumas cenas especiais que me agradaram bastante. Uma delas, mais pra área visual e dramática, foi a sequência em que todos esperam a saída de Cigana e Kadabra. Os enquadramentos e a trilha sonora combinaram com o momento exibindo os personagens, cada um posicionado num local do S.T.A.R. Labs, pensando a respeito do que aquela escolha poderia gerar para seu futuro. Caso tivesse sido melhor explorada e não ter sido tão breve, tranquilamente seria a melhor sequência do capítulo.

Outras grandes cenas foram os momentos envolvendo computação gráfica, principalmente nos de ação. Barry em slow motion dentro de um furação de cartas de baralho e Barry e Kid Flash perseguindo a nave do tempo pela cidade ficaram intocáveis, exceto somente por alguns takes onde a nave mostrou-se bastante artificial. O seriado necessita de mais cenas como essas. O entretenimento e a animação das sequências de ação, herói contra antagonista, tem deixado saudades.  O roteiro deveria ser menos focado nas relações amorosas, que já provaram inúmeras vezes que não sabem trabalhar direito, e desenvolverem mais capítulos desse estilo.

A última grande cena do capítulo foi Caitlin transformando-se na Killer Frost, mais um momento onde a computação gráfica colaborou bastante para fazê-la surpreendente. A personagem explodindo em uma nuvem de vapor e após isso ressurgir em meio a ela já como Killer Frost foi impressionante. O aspecto negativo aqui, devo admitir, foi terem se apressado para tornarem a sequência dramática e o peso sentimental soou artificial, prejudicando um momento que poderia ter sido grandioso para encerrar o capítulo. Ainda que tenha elogiado a trilha sonora de outras sequências, a escolhida utilizada aqui foi bastante equivocada. Íamos presenciando o “falecimento” de uma personagem importante do seriado ao som de uma música “animada”. Faria mais sentido caso ela tivesse surgido somente quando Julian retirou o colar de Caitlin.

O antagonista Abra Kadabra foi uma colaboração curiosa para o capítulo que, ainda que tenha permanecido com determinadas informações importantes não reveladas para o Flash, revelou outras, mesmo que de maneira indireta, como a fonte de energia da esfera do tempo gerada por Harrison Wells e quem sabe o nome do provável antagonista do quarto ano.

The Flash agora entrou em seu hiato final e se encaminha para o fim dessa season, e com certeza contaremos com capítulos focados na procura por informações até a batalha decisiva travada contra o deus da velocidade. Será que esta season ainda irá conseguir nos impressionar?

PS: Feliz Páscoa, nos vemos novamente em 25 de abril!

Easter Eggs:

- A história de Abra Kadabra no seriado foi bastante similar a das HQ’s. Nos quadrinhos, o antagonista é do século 64 e usa a tecnologia mais avançada para utilizar seus truques. Buscando uma carreira como ilusionista, ele voltou no tempo e acabou confrontando o Flash Barry Allen. Posteriormente, ele obteve habilidades místicas verdadeiras depois de ter feito um pacto com o demônio Neron. Sua primeira participação foi em The Flash #128.

- David Dastmalchian (Abra Kadabra) já esteve relacionado ao Coringa, antagonista do Batman, em duas ocasiões. Em O Cavaleiro das Trevas (2008), ele foi um dos comparsas do antagonista. No terceiro ano de Gotham, ele deu vida ao chefe de um culto que inspirou-se em Jerome Valeska, a versão do Joker para o seriado.

- Abra Kadabra pode ter contado a identidade do antagonista da temporada seguinte. Numa cena, ele menciona o nome dos antagonistas mostrados até o momento e mais um que ainda não assistimos no seriado: Clifford DeVoe, também conhecido como o Pensador.

- 52 Spot It. O número 52 surgiu mais uma vez como número da cela onde o time Flash prende Abra Kadabra. Aparentemente eles só possuem essa cela no seriado, não é verdade?

Referências Nerds de Cisco Ramon:

1 – “Se o plano dele é dar uma Marty McFly para voltar ao futuro...” De Volta para o Futuro (1985).

2 – “You shall not pass.” – Frase icônica de Gandalf em O Senhor dos Anéis: - A Sociedade do Anel (2001).

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