O que define a felicidade e a nossa satisfação pessoal? Quando sabemos que chegamos no topo de nossas vidas e que lá poderemos estar alegres, mesmo que feridos devido ao trajeto? Superioridade social, ou estatal define os homens? Estar no topo basta, é necessário? Não para todos. A Cura (The Cure For Wellness) aborda a temática com um olhar tênue e benevolente, tanto através de personagens quanto através da metodologia curativa do sanatório nos Alpes Suiços onde pessoas doentes são curadas através da água da montanha e do desapegar do mundo lá fora.
Um ambicioso, e tragado pelo sistema, jovem empresário (DeHaan) é mandado até lá para buscar o CEO de sua corporação. Este deve se responsabilizar por irregularidades financeiras e por uma fusão de negócios. Uma tarefa que já não é a mais fácil do mundo é ainda atribulada por um acidente que deixa o jovem "refém" dos cuidados benignos do sanatório. Lá ele nota anomalias, mistérios que o guiam para um segredo obscuro. Mas será realidade ou será que o sistema do mundo, a famigerada "doença", realmente se apossou de seu ser e a cura começa a desintoxica-lo?
Panoramas incríveis e todo um zelo pela imagem, trama interessante e paradigmas expostos. As bizarrices lembram um pouco as coisas de H. P. Lovecraft no início de seus contos, antes de tudo desandar, é claro (nada de tentáculos por aqui). O longa tenta passar uma imagem de "novo clássico", mas precisaria de mais rítmo para tal. Não chega a desandar, mas a levada deveria ser melhor estruturada. O fio da navalha sobre a dúvida da ameaça ser sobrenatural ou não também funciona até próximo do final da trama, e isso é benéfico para prender o espectador. A beleza das gravuras pode gerar nervosísmo quando de repente algo nojento ou atroz vem à tela, e isso é muito bom. Distoa de forma eficaz e no momento certo.
Referências de O Médico e O Monstro também podem ser sentidas no final do filme, quando o problema é "desmascarado" por assim dizer. Por fim, é uma boa premissa de horror psicológico. Não assista como um "filme de terror", porquê está longe disso. É um história com elementos bizarros. Visualmente bela, mas que não alcança o máximo de seu potencial como tal. No entanto, muito interessante.
NOTA 0 à 5: 3,5