Nosso antigo Francisco retornou.

The Flash obteve, em seu terceiro ano, um intenso peso dramático depois dos eventos do Ponto de Ignição nos dois episódios iniciais. Carga essa que envolveu tão fortemente todo o núcleo principal do seriado chegando ao ponto de até mesmo envolver Cisco, como mostrado na metade inicial dessa temporada. Atualmente, as ameaças surgindo do futuro foram acrescentado mais empecilhos para nossos protagonistas, fazendo-nos achar que a descontração só ocorreria na season seguinte.

Quem sabe levando isso em consideração numa tentativa de diminuir levemente essa constatação, o roteiro foi entregue de forma momentaneamente refrescante neste episódio 11, que foi engraçado do início ao final. E finalmente, nosso divertido Francisco, como HR costuma chama-lo, retornou. A maneira como tentara “barganhar” ou “lutar na lábia” com a antagonista Cigana, tratou-se na verdade somente de uma forma de disfarçar que encontrava-se cantando a adversária, foi cômico. Não me recordo quando havia sido a última ocasião que me diverti tanto com o personagem quanto neste episódio. Imagino que isso não ocorria desde o segundo ano.

Como já demonstrado no episódio passado, Cisco está centrado no time, evoluindo seus poderes como Vibro e mais uma vez em sintonia com Barry e HR. Inclusive, este último teve destaque nesse episódio junto ao Cisco. Nele, conhecemos mais a respeito de HR Wells, além das regras e cultura/tradições da Terra 19. A sequência inicial do episódio sendo narrada pelo personagem também foi descontraída e depois do fim do episódio tudo aponta que essa versão do Harrison Wells permanecerá como um ator regular do elenco central do seriado. A menos que seja ele quem morrerá, de acordo com a previsão ao fim desta season – ou quem sabe ocorra algo que altere isto.

Cigana acabou surpreendendo. O visual da personagem não ficou tão cartunesco como nas HQ’s, assemelhando-se mais a sua contraparte dos New 52, mas de maneira coerente ao seriado. Quanto as suas habilidades e história, elas também ficaram próximas às das HQ’s recentes. A atriz Jessica Camacho também equilibrou satisfatoriamente o lado intimidador da antagonista com o humor presente nas conversas com Cisco. Não sei se a veremos novamente em breve, mas de acordo com o IMDb, a atriz está escalada no episódio final dessa season (quem sabe HR realmente retorne para a Terra 19, talvez).

Julian, atualmente um componente oficial do time Flash, foi outro que, mesmo continuando com suas observações duras e com seus atos indelicados, consegue ser carismático. Julian trata-se daquele tipo de pessoa que mesmo sendo grosseiro acabamos gostando, imagino que isso pode ser parcialmente atribuído ao ótimo Tom Felton atuando (que, permaneço enfatizando, foi um dos acréscimos mais positivos dessa season).   

Wally permanece evoluindo durante os episódios, sendo gradualmente visto como o novo herói de Central City pela população e também bem construído pelos criadores do seriado. Diferentemente de Arrow, onde diversos vigilantes são adicionados ao time de maneira apressada e de vez em quando superficialmente, The Flash tem trabalhado o Kid Flash com cuidado e com qualidade satisfatória.

Contudo, imagino que isso esteja prejudicando a evolução de Barry/Flash dentro seu próprio seriado. Como mostrado no fim do episódio, aparentemente Barry encontra-se abandonando o jogo. Não acredito que seja algo negativo ele ter reconhecido que Wally tem evoluído de forma superior e mais rápida e que ele tem mais chances de proteger Iris no fim, porém ele nem está tentando ultrapassar suas limitações ou pelo menos tem tentado aumentar suas habilidades e conseguir salvá-la. Sinto saudades do Barry do primeiro ano. Gradativamente, a intro tem mostrado o quanto equivocado ele é tratando-se de suas habilidades. Lamentável.

Contendo um breve crossover com Supergirl e uma introdução diferente, “Dead or Alive” foi um episódio descontraído e produtivo, dando continuidade a premissa de afastar brevemente as ameaças presentes (ou futuras) enfrentadas pelo time. Iremos agora assistir ao trabalhoso treino de Wally nos episódios seguintes ao passo em que permanecemos gerando novas especulações a respeito da previsão de Savitar.

Easter Eggs:

- O seriado obteve uma introdução inédita a partir deste episódio, atualmente mencionando as ameaças vindas do futuro e as previsões de Savitar. Esta é a intro quatro do programa. Desconsiderando as alterações únicas em premières e season finales, é a primeira vez que a introdução tem alguma alteração na metade de uma season.

- Nas HQ’s, Cynthia Reynolds, ou Cigana (Gypsy, no original) já fez parte das Aves de Rapina e da Liga da Justiça. Nos New 52, Cigana trata-se de uma meta-humana que permaneceu aprisionada por Amanda Waller. Cynthia é uma fugitiva de uma realidade alternativa onde era caçada por Rupture, o irmão de Vibro (o Cisco).

- Conforme o julgamento por combate tem início, Cisco e Cigana brevemente acabam parando na Terra 38, a dimensão do seriado Supergirl. Os dois lutam brevemente na sala de James Olsen na CatCo, num breve crossover entre os dois seriados.

Referências Nerd de Cisco Ramon:

1 – Cigana: “Você o quer? Terá que reivindicá-lo.” Cisco: “É a Arwen” (Senhor dos Anéis).

 2 – “Como faremos isso? Estilo Westworld, virar de costas, 10 passos, virar e atirar?”.

3 – Cigana/Cisco: “É hora de elevar o nível para onze”, referenciando o longa Isto é Spinal Tap (1984).