
Na Holanda do século XVII, Petronella Oortman casa-se com um rico comerciante de Amsterdã para quitar as dívidas deixadas pelo pai. Com a melhor das expectativas, Nella muda-se do interior da Holanda para Amsterdã, acreditando que o arranjo lhe daria uma vida melhor do que o destino da mãe.
Ao chegar em sua nova casa, Nella conhece sua cunhada Marin, e aos poucos enxerga a mulher intrigante que controla toda a casa de forma opressiva. Ela também conhece Cornelia e Otto, os empregados da casa, que possuem um estilo peculiar. Onde está o marido de Nella? Johannes Brandt, provavelmente, navegando. Omisso de suas obrigações como recém-casado, deixa Nella à deriva dentro de sua nova casa esperando por mais que um cumprimento.
Desta forma, Johannes compra de presente de casamento uma miniatura da casa em que vivem, e a encarrega de mobiliá-la e cuidá-la como bem entender. Logo Petronella encontra um miniaturista e solicita por carta algumas peças específicas para a casa. Curiosamente, o miniaturista começa a enviar peças que não foram solicitadas, perfeitamente elaboradas, que condiziam com os móveis da casa, porém, mais do que tudo isso, previam acontecimentos naquela curiosa casa.
Publicado no Brasil em 2015 pela Editora Intrínseca, a arte da capa do livro é maravilhosa, descreve a casa e seus personagens, a impressão é de qualidade e não deixa a desejar em nenhum aspecto.
O romance de Jessie Burton está mais para drama familiar e mistério, do que propriamente romance. A história é contada por partes, não é um enredo contínuo. Assim o livro acaba tornando-se mais intrigante à medida que a leitura passa.
A tensão dos acontecimentos é muito bem construída. A descrição da época também não deixa a desejar: preconceito, a Igreja controladora, submissão e hipocrisia. O que faltou para muitos leitores foram os mistérios e dúvidas deixados pela metade. As revelações tiveram poucos detalhes, abrindo espaço para o leitor imaginar e tirar sua própria conclusão sobre um enredo tão intrigante.
