Uma das séries mais queridinhas da Netflix retorna! Calma, ainda não é a segunda temporada de Sense8, mas se trata de um episódio especial de natal com duas horas de duração, para matar a saudade e a ansiedade dos fãs que esperaram mais de um ano por novos episódios.

Com o roteiro das irmãs Lana e Lilly Wachowski e direção da Lana, o episódio é uma continuação direta dos eventos da primeira temporada. Então nem dá pra pensar em ignorar esse especial e partir direto para a segunda temporada quando lançar.

Uma das maiores curiosidades de todo mundo era ver como iria ficar o personagem Capheus, na primeira temporada vivido por Aml Ameen, que deixou o elenco após alguns desentendimentos, e foi substituído por Toby Onwumere. Sabemos que casos assim são complicados, e nesse episódio eu estranhei demais o personagem, não conseguindo ligar o ator ao Capheus. Em sua primeira aparição, foi feito um monólogo muito bom sobre personalidades enquanto havia uma contraluz no personagem, mas na cena seguinte um diálogo raso foi inserido pra tentar justificar sua aparência e não ficou legal. No mais, o ator se esforça o episódio inteiro pra tentar ser o mais parecido possível com o Aml Ameen, mas ainda vai levar um tempo para acostumar.

O maior acerto de Sense8 com certeza é a montagem, e aqui não é diferente. As transições entre os personagens, as cenas de ação, as interações entre eles, é tudo muito bem feito. Tem cenas de sexo, mas aqui elas não são gratuitas, são favoráveis a trama. Há uma cena de orgia entre os sensates que é simplesmente espetacular, conseguiram mostrar tudo sem mostrar nada. É ainda mais impactante que a cena da primeira temporada, e combinado com a trilha sonora (que por sinal também dá um show), ganhamos o melhor momento do episódio.

A fotografia também segue impressionando com sua alta diversidade, são muitos planos abertos de diferentes tipos de ambiente, há também uma ótima divisão de plots, todos os personagens tem mais ou menos o mesmo tempo em cena. O episódio também transmite mensagens fortes abordando preconceito, aceitação, dentre outras coisas. O que incomoda é que às vezes fica artificial demais, pois parece que os personagens estão discursando, e não em uma conversa comum.

Infelizmente, o ritmo ainda aparece como problema aqui. São duas horas de duração, mas pelo menos meia hora é perdida com plots repetitivos ou desnecessários. Há um conceito de vilão que não consegue convencer ou se mostrar ameaçador e um desfecho genérico.

Sense8: A Christmas Special mantém os defeitos da primeira temporada, mas tem momentos grandiosos e com certeza vai agradar aos fãs da série.

NOTA: 7.4