Crítica: Jadotville faz digna homenagem à bravura de heróis irlandeses esquecidos pela ONU
Jamie Dornan estrela longa de soldados irlandeses esquecidos no Congo. (Foto: Divulgação/Netflix)

De olho no Oscar, a Netflix retorna com The Siege of Jetdoville, a produzir filmes de qualidade desde Beasts of no Nation (2015), sendo introduzidos à superação e obstáculos quase impossíveis de serem alcançados. Porém desta vez, diferentemente de seu precursor, através de lançamento simultâneo em cinemas selecionados e no serviço de video on demand.

Ambientado quase todo tempo no Congo, o drama de guerra acompanha uma tropa de soldados irlandeses, liderados por Pat Quilan (Jamie Dornan) numa missão de paz guiada pelas Nações Unidas que acaba sendo cercada por mercenários contratados pelo primeiro ministro da província de Katanga Moïse Tshombe (Danny Sapani).

A tropa é totalmente ignorada por seus superiores e colocada em situação crítica. A história até pouco tempo era desconhecida, principalmente porque as autoridades da época preferiram abafar a situação, apenas em 2005 que esses soldados foram reconhecidos por seus esforços, aonde receberam até um livro bibliografado sobre o episódio.

É uma história que relata mais uma vez a negligência da ONU em tempo de adversidade, como já visto em Hotel Ruanda (2004). Entretanto, desta vez quem sofre os abusos é o exército irlandês. O que nos faz pensar: A agência realmente defende a paz como tanto diz ou o interesse próprio?

Central à trama é a figura de Pat Quilan, vivido pelo irlandês Jamie Dornan. O ator volta ao sotaque de origem tendo de fazer algo totalmente diferente de um psicopata (The Fall) ou um protagonista de romances eróticos (50 tons de cinza). O líder do esquadrão tem seu arco construído pelo heroísmo - mesmo ocupando a patente mais alta, nunca esteve em batalha e se vê no papel de proteger todos que ali se encontram. As adversidades fazem o personagem crescer a cada momento, chegando a ter de tomar decisões sozinhas para o bem de todos.

Na contrapartida, os antagonistas são integrados em atuações dignas de destaque. Ressalto à Guillaume Canet, executando o francês mercenário Renes Falques e também Mark Strong, como Connor O'Brian, um ambicioso representante irlandês das Nações Unidas capaz de abandonar seu povo no campo de batalha a salvar sua reputação.

O roteiro de Kevin Brodbin (Constantine), foi bom bom, no entanto um pouco apressado. O início com algumas desinformações que geral dúvidas ao público que assiste desinformado do fato histórico, apesar disso, os deseintendimentos passaram a ser respondido com o passar do tempo. Fazendo a obra não perder o crédito nenhuma vez. A trilha sonora não é o ponto forte do filme, ainda que não compromete a produção.

Por fim, o maior aplauso vai para o estreante Richie Smyth na direção, que fundiu personagens fortes com um cenário magnífico. A ação foi o ponto alto do longa-metragem, com uma absurda intensidade, não dando descanso para o espectador, todas as cenas foram bem dirigidas, dando de entender tudo que ali acontecia. 

O genial disso tudo foi agregar as cenas de ação com a ótima fotografia - seja nas partes da noite, com as estrelas, ou de dia com o sol captando e dando vida aos tons alaranjados passando o visual da beleza da natureza africana.

The Siege of Jedotville é um ótimo drama de guerra, que todo cinéfilo, seja fã ou não do gênero deve assistir. Sonhar com a estatueta talvez não seja alto demais, se a Netflix continuar assim... É questão de tempo para conquista-la.

NOTA 8,0

VAVEL Logo