Mais um Silva que a estrela brilha
(Foto: REUTERS)

"Era só mais um Silva que a estrela não brilha". No Rio de Janeiro, não foi só mais uma Rafaela Silva, mais um Rafael Silva, um Thiago Silva, Mayra Silva. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a estrela dos Silva e de tantos outros brilhou e mostrou para tantos outros que ela pode, sim, brilhar.

Quantas Rafaelas saíram da favela e buscaram projetos sociais para tentar achar um caminho melhor? E quantas não sofreram preconceito de todo tipo por querer algo a mais? Quantos Thiagos esperaram na porta de casa por alguém que, independente do motivo, nunca voltou? Quantos Robsons que brigavam na rua por influência de alguém e encontraram no esporte a chance de fazer diferente? Quantos Isaquias viram suas mães, sozinhas, fazerem o possível e o impossível para garantir que não faltasse nada?

Thiago caiu no Pan-Americano em Toronto. Diego caiu duas vezes, em Pequim e em Londres. Rafaela caiu caiu em 2012. Todos caíram para as adversidades da vida e do esporte diversas vezes. E todos levantaram, se ergueram e voltaram em busca de um sonho: atingir o topo.

Da luta contra o abandono, contra a guerra, a violência, o preconceito, a depressão, os erros. As batalhas de todos os dias buscando um futuro melhor. Driblando os obstáculos, deixando tudo para trás sem pensar duas vezes, ou pensando muitas. O tiro perfeito, o golpes certeiro, o salto brilhante, o movimento certo. A grande busca por um sonho que tantas vezes pareceu tão distante.

Somos Silva. Somos Lopes, Braz, Wu. Hypólito, Zanetti, Queiroz e logo Conceição. Somos Rafael, Rafaela, Diego, Thiago, Mayra, Robson, Arthur, Isaquias. Somos todos eles e mais tantos que um dia sentiram como "mais um que a estrela não brilha". Somos sonhos olímpicos, sonhos diários, conquistas perdidas, vitórias desencontradas, lágrimas de tristeza, recuperações inesperadas e gritos de felicidade. A estrela pode não estar sempre em destaque, mas ela há de brilhar, assim como a deles.

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