Pela primeira vez em uma edição dos Jogos Olímpicos, o Polo Aquático Feminino do Brasil entrou na piscina. Sem jamais terem conquistado índice que classificatório, as meninas fazem parte desta edição com a condição de País sede da Olimpíada. E logo na estreia, as italianas, atuais campeões olímpicas na modalidade (em Londres – 2012) eram as adversárias.
O natural nervosismo por uma estreia, atrelado ao fato do referido jogo ser dentro de casa, poderia atrapalhar as jogadoras, contudo, apesar da pequena vantagem no primeiro quarto, de 2 a 1 para as italianas, o treinador adversário arou inúmeras vezes a partida com pedidos de tempo, procurando acertar seu elenco na piscina, vendo certa qualidade no plantel brasileiro.
Contudo, a vitória não foi possível, mas muito devido à parte física das atletas “canarinho”, que, com bem menos tempo de preparação em comparação a seleção masculina, não conseguia desempenhar um nível de combatividade sequer semelhante ao das europeias.
Mais curto que o calendário masculino, entre as meninas, são apenas 8 equipes, divididas em dois grupos. No grupo brasileiro, além das italianas, existem também as russas e as australianas. E já na próxima quinta-feira (11), as brasileiras voltam para a água, quando enfrentam a Rússia, às 9 horas da manhã, pela segunda rodada do Grupo A. um dia antes, na quarta (10), a Seleção Masculina enfrenta a Sérvia, às 19h30.
Nos dois primeiros quartos, Brasil mostra boa técnica, mas arrisca pouco; Itália sente pressão e vantagem é pequena
Era a primeira vez que as meninas do Polo Aquático entravam na piscina para representar a bandeira brasileira em Jogos Olímpicos. Por isso, uma possível pressão era esperada. Do outro lado, as atuais campeãs olímpicas, com um plantel fortíssimo na modalidade. Mas a força que vinha das arquibancadas ajudou a seleção, que conseguiu manter, pelo menos no primeiro quarto de jogo, um nível técnico semelhante ao das italianas, mostrando que o Polo brasileiro também tem qualidade. Mas o excesso de preciosismo no momento da conclusão, durante os ataques “verde e amarelos” resultava em falhas ofensivas, muitas vezes primárias, como o estouro do tempo de posse de bola, resultando em contra-ataque adversário, sempre perigoso.
As italianas sabiam que enfrentariam mais do que apenas as adversárias na piscina, e fizeram de tudo para tentar manter a posse da bola, buscando o cansaço das meninas do Brasil, que quase sucumbiam a pressão ofensiva, com bolas viradas de um lado para o outro. No fim do primeiro quarto, o placar mostrava um 2 a 1 para as italianas, que refletia muito bem o retrato do jogo, onde uma equipe coordenava bem as investidas, e a outra se atrapalhava no momento das conclusões.
Após a primeira parada, no intervalo curto, entre os quartos de jogo, o treinador do Brasil conseguiu organizar melhor seu esquema ofensivo, mostrando para suas atletas o que era para ser feito. Elas pareceram ter entendido, e daí, começaram a arriscar mais. Mas em um momento crucial do jogo, restando apenas dois minutos para o fim do segundo quarto, o Brasil desperdiçou uma chance de marcar com uma atleta a mais na piscina. No retorno da excluída, um contra-ataque rápido, que resultou no terceiro gol da Azzura, dando números finais à primeira metade do confronto.
Brasil perde eficiência física nos sois últimos quartos e Itália sobra
O terceiro quarto de jogo demonstrava, ilusoriamente, que o Brasil voltaria melhor, já que Amanda, a Capitã da Seleção, acertou a trave com um belo chute, logo com 30 segundos de jogo decorrido. Após, o Brasil arma uma sequência de investidas perigosas, mas sem êxito, acaba por se cansar, cedendo cada vez mais campo para as adversárias, que se aproveitavam marcando gols seguidamente.
Sem um ponto de fuga, o Brasil finalizou o terceiro quarto com uma desvantagem grande no placar. O 6 a 1 refletia claramente que algo havia mudado de um quarto para outro e, assustadoramente, mostrava um último período sombrio, onde as Italianas poderiam sobrar ainda mais, no que seria um péssimo resultado já na estreia em Olimpíadas.
Contudo, nos últimos 8 minutos de jogo, a Itália tentou administrar o placar, a essa altura, bastante favorável, e sofreu gols brasileiros. Os gols serviram para mostrar que o preparo técnico segue no caminho certo, mas que as meninas precisam atingir uma forma física mais semelhante à das europeias. Assim que apertou, o Brasil marcou logo dois, diminuindo para 7 a 3. Contudo, sem muito tempo a mais para reação, e com uma seleção experiente do outro lado, só restou tempo para mais um gol italiano, o oitavo, fechando a primeira participação brasileira com uma derrota por 8 a 3.