Crítica: Filme do Esquadrão Suicida tinha potencial para ser bem melhor
Foto: Divulgação

Esquadrão Suicida estreou e a crítica especializada tratou de colocar o longa do chão para baixo. O filme recebeu duras reviews e, à exemplo de Batman - Superman, ficou abaixo da média nos principais tabloides e sites espalhados pela internet. A má recepção gerou a revolta de alguns fãs, que chegaram a criar um abaixo assinado pedindo o fechamento do site Rotten Tomatoes. Mas afinal, Esquadrão Suicida foi tão terrível assim?

Não. O novo filme da DC Comics tinha potencial para ser bem melhor, mas está longe de ser o que a crítica fez parecer. De fato, direção e roteiro são ambos confusos e o longa peca muito na mudança de tom e no humor forçado e sem timing em vários momentos. No entanto, também tem seus pontos positivos. Vamos a uma lista de tudo que deu certo e o que não deu certo no filme de David Ayer:

MERECE UM LIKE

É inegável que Esquadrão Suicida tem um elenco de peso e, em matéria de atuação, seus principais atores entregaram a alma e viveram seus personagens de maneira ímpar. Will Smith como Pistoleiro, Margot Robbie como Arlequina e Viola Davis como Amanda Waller são, de longe, a melhor coisa do filme. O trio atuou de forma brilhante e conseguiu passar todo o sentimento e a personalidade que os papéis necessitavam. Entregaram o que se esperava deles.

A trilha sonora é algo a ser destacado positivamente, e sim, ela faz a diferença em alguns momentos do longa e dá o tom de cenas que provavelmente não ficariam tão boas sem o som de fundo. Bandas históricas dos anos 80 como ACDC, Queen e Black Sabbath são só algumas das presenças marcantes em uma composição musical de tirar o chapéu. Absolutamente incrível!

Mesmo que pequena, a participação do Batman de Ben Affleck dá uma outra cara ao longa. Além de pontuar que Batman vs Superman e Esquadrão Suicida se passam no mesmo universo, o ator, mais uma vez, esteve bem como Bruce Wayne, calando a boca de todos os críticos que malharam sua escolha para o papel anos atrás.

MERECE UM DISLIKE

Jared Leto não conseguiu ter o mesmo sucesso de seus companheiros. Garoto propaganda do filme, o ator teve seu rosto caracterizado em toda a campanha de marketing do longa, e isso foi um erro. Suas cenas somadas não chegam a quinze minutos e o Coringa estava longe de ser um dos personagens principais da história. Sua missão era inglória, é verdade. Equiparar ou superar o lendário Coringa de Heath Ledger era uma missão quase impossível e ele não conseguiu. Entregou um Coringa excêntrico, exagerado, caricato e absolutamente forçado. Sua presença na trama se deu apenas para estabelecer o romance com Arlequina nos flashbacks, só.

Assim como o Coringa, há outros personagens que entram mudos e saem calados. É o caso de Amarra e Katana, totalmente mal apresentados e desprezíveis para a história. Até mesmo os vilões da história são mal aproveitados. Parece que a DC, bem como a Marvel, não tem acertado a mão em seus vilões e na motivação dos mesmos, vide o Lex Luthor de Batman - Superman.

A apresentação inicial dos personagens é falha e foi mais um ponto negativo. Uma série de flashbacks confusos e que não estabelecem bem quem são os membros do Esquadrão como pessoa não fazem, por consequência, com que o público se envolva emocionalmente e se importe com o que acontece na tela. Apenas no final do segundo para o terceiro ato é que o filme engrena nesse sentido e há uma ligação entre os personagens como um grupo e entre os personagens com o público.

A sensação que fica é que as refilmagens atrapalharam a montagem do filme. Para quem não sabe, após as pedradas em Batman - Superman, a Warner decidiu deixar um pouco de lado seu tom sombrio e realista e apostar na receita de sucesso criada pela Marvel. No entanto, o filme alternou momentos divertidos e desprendidos com momentos de drama e depressão extrema de forma muito brusca, o que causou um certo desconforto.

Esquadrão Suicida tem seus erros como qualquer outra produção cinematográfica, mas conseguiu ser algo que a DC não tem o costume de fazer: um filme divertido de assistir. Para quem é fã, vale a pena. Vá ao cinema e esqueça as críticas. Forme você sua opinião e não se deixe levar pela cabeça dos outros. Cada um pensa de um jeito diferente e ninguém é obrigado a seguir a maioria.

NOTA: 6,0

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