Robin Wright exigiu o mesmo salário que Spacey em House of Cards... e conseguiu
(foto:Netflix/Divulgação)

Robin Wright precisou exigir ter o mesmo salário de Kevin Spacey por seu trabalho em House Of Cards, série exclusiva da Netflix. A atriz, que interpreta a impiedosa Claire Underwood na série, fez essa revelação em uma sala cheia de ativistas, filantropos e imprensa na Fundação Rockefeller em Nova York, na terça-feira.

"Eu precisei dizer que queria ser paga como o Kevin", disse Wright, que também é produtora e dirigiu alguns episódios de House Of Cards. "Foi o paradigma perfeito. Há poucos filmes ou programas de TV onde o patriarca e a matriarca são iguais. E eles são em House of Cards", disse Wright, que estava falando sobre o problema da igualdade de remuneração para as mulheres em geral.

"Eu estava olhando as estatísticas e a personagem Claire Underwood foi mais popular que o Frank por um período. Então eu capitalizava mais do que ele. Então eu disse, é melhor me pagarem ou eu vou a público. E eles pagaram".

No evento da Fundação Rockefeller, Robin Wright conversou com Judith Rodin, a presidente da fundação, falando sobre diversos assuntos, desde conflitos no Congo a igualdade salarial. Foi o primeiro de uma série de eventos com líderes e ativistas em Nova York.

A quarta temporada de House Of Cards estrou em março e mergulhou ainda mais profundamente na personagem Claire, de Robin Wright. E Wright se junta a um grupo crescente de mulheres de Hollywood que estão se impondo cada vez mais sobre a questão da igualdade de remuneração. No ano passado, Jennifer Lawrence se manifestou sobre ganhar menos que seus colegas de elenco no filme Trapaça e Gillian Anderson também comentou que queriam que ela recebesse menos que seu colega David Duchovny em Arquivo X.

Wright contou sua história pessoal e barreiras que enfrentou como mulher em Hollywood. A atriz, que virou uma estrela  ao interpretar a Jenny no filme Forrest Gump em 1994, saiu dos holofotes depois de ter filhos com seu marido na época, Sean Penn. 

"Como eu não estava trabalhando em tempo integral, eu não estava construindo minha faixa salarial. Se você não constrói com notoriedade e presença, você não está mais no jogo. Você se torna um ator B", disse Wright. "Você não mantém um valor alto como se tivesse feito quatro filmes por ano, como Nocole Kidman e Cate Blanchett fizeram durante o tempo que eu estava criando meus filhos. Agora eu estou retornando aos 50 anos de idade".

Wright estava em Nova York promovendo um documentário que co-produziu e narrou sobre a trágica situação no Congo, um país que está sendo saqueado por empresas pelos minerais para fazer produtos eletrônicos. O filme "Quando os Elefantes Lutam" estreou no domingo.  O nome vem do provérbio "Quando os elefantes lutam, é a grama que sofre".

"Quando eu soube dessa crise quase 11 anos atrás, eu fiquei tão decepcionada por não ter percebido antes", disse Wright na terça-feira. "Eu segurei meu telefone celular para dizer boa noite para a minha filha e percebi que os minerais do Congo estavam alojados neste dispositivo. Eu estava segurando a guerra na minha mão".

VAVEL Logo