Futebol, shoppings, festas e bares: quanto vale a sua vida?
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Na última sexta-feira (19), o Brasil chegou ao número de um milhão de pessoas atingidas pela COVID-19 e, aproximadamente, 49 mil cidadãos faleceram. Dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde e consolidada pelo consórcio de veículos de imprensa (G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL). Números que podem ser muito superiores, afinal, testamos muito pouco cada indivíduo e a contabilidade em alguns estados não possuem certa transparência ao longo de toda a pandemia.

A população simplesmente se acostumou e acomodou com as estatísticas alarmantes e crescentes vividos a cada dia. A mesma civilização que meses atrás ficava preocupada com os outros países afetados (Itália, China, Japão, Reino Unido, Espanha e entre outros) e com medo de uma possível chegada do coronavírus ao Brasil. Pois é, chegou. Vale lembrar que esses números apresentados são vidas. Vidas que foram perdidas, ficaram por um fio e até mesmo representaram ou representam ameaça de infectar outras vidas. Sabem o que é mais impressionante? A própria humanidade e a sua falta de bom senso.   

Somos o segundo país com maior registros de casos no mundo. Ainda de acordo com as secretarias estaduais de Saúde, nas últimas 24 horas, cerca de 1,2 mil mortes foram contabilizadas em todo o território brasileiro. Um recorde indesejável desde o início da pandemia. Entretanto, apenas uma pequena parcela da população continua seguindo severamente o isolamento social enquanto o restante vão às compras no shopping, fazem festas, visitam para bares, proporcionam partidas de futebol ao lado de hospital de campanha e muito mais... como se nada estivesse acontecendo. 

Podemos observar com facilidade que muitos indivíduos não estão preparados para esse “novo convívio social” nas ruas. Afinal, não obedecem regras básicas. Mesmo com todas as informações disponíveis em diversas plataformas, usam máscara da forma inadequada (pendurada na orelha, protegendo o queixo, não segurando pelo elástico, cobrindo apenas a boca e muito mais) ou nem utilizam, não obedecem o distanciamento de 2 metros entre as pessoas, algumas não fazem uso frequente do álcool em gel e assim por diante. Na internet ou até mesmo pessoalmente é possível ouvir certos discursos, como: “é só uma gripezinha”, “todo mundo vai morrer um dia”, “outras doenças matam mais”, “ninguém morreu porque eles estavam jogando futebol” e entre outras falas. Onde falhamos como Seres Humanos?

Queremos viver igual ao povo neozelandês e sul-coreano, mas esquecemos que a nossa realidade é a mesma dos estadunidenses. A Nova Zelândia já está podendo realizar partidas de rugby no estádio com o público presente. Sabem o motivo? O país ficou 25 dias sem registrar um único caso sequer do novo vírus após respeitar todas as medidas necessárias. Os sul-coreanos estão voltando as aulas e realizando jogos de futebol, afinal, investiram em testagem em massa na população e seguiram severamente o isolamento social precocemente. Já os Estados Unidos… o presidente Donald Trump promove aglomeração em comício eleitoral, partidas de futebol voltam a ser promovidas, o país rompe relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e muito mais. Tudo isto enquanto o território norte-americano, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), convive 2 milhões de habitantes infectados e aproximadamente 120 mil óbitos Há alguma semelhança com o Brasil?

Por favor, usem a máscara da forma correta (peguem sempre pelos elásticos, não coloquem as mãos na parte central e cubram tanto o nariz quanto a boca), respeitem o distanciamento de dois metros entre as pessoas, façam uso frequente do álcool em gel, lavem as mãos com regularidade e, se possível, fiquem em casa. O coronavírus é uma doença altamente contagiosa. Certas atitudes, algumas delas citadas nesse texto, colocam a sua própria saúde em risco e prejudica a comunidade como um todo. Afinal, quanto vale a sua vida? Quanto vale 49 mil vidas?

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