O Goiás Esporte Clube surgiu a partir de um sonho, que teve os primeiros passos rumo à concretização na noite de 6 de abril de 1943, na calçada da rua 23, localizada ao centro da capital do estado, Goiânia, com os envolvidos sentados, sob um poste de iluminação pública. Foi neste local que um grupo de amigos deram atenção a um sonho em comum: criação de um clube. Eles começaram a organizar o clube que hoje se transformou num dos principais do Brasil e indiscutivelmente é o maior da região Centro-Oeste. Ali, naquela calçada, sob aquela luminária, nasceu a ideia do clube. Na verdade, o inusitado local de fundação do Goiás EC tem um motivo, até certo ponto, simplório.
Ali, os criadores do clube se reuniram na casa dos irmãos Lino e Carlos Barsi para discutir todo o projeto. Como se tratava de um grupo de entusiastas, o volume alto das vozes dos rapazes era praticamente imprescindível. E foi esse mesmo barulho da conversa que fez a matriarca da família Barsi determinasse que a reunião prosseguisse do lado de fora da casa, expulsando os envolvidos. Foi assim que o Goiás nasceu sob a luz de um poste público. Provavelmente, também por isso, o clube é adjetivado por alguns como “iluminado”.
Já na ativa, os primeiros anos foram difíceis, mesmo que alguns detalhes já deixassem antever o futuro sólido. Acontecimentos como, por exemplo, o terceiro lugar no Campeonato Goiano de 1944, o primeiro "Goianão" da história, logo atrás do Atlético e Goiânia, as duas maiores forças daquela época. Ou também a conquista, em campo, do título de 1951, perdido posteriormente na Justiça para o Goiânia. De qualquer forma, o futuro seria brilhante, as duas primeiras décadas demandaram perseverança, dedicação e determinação dos fundadores.
A primeira partida da história do Goiás foi contra o Atlético Goianiense e, ainda sem tantos recursos financeiros, o clube utilizou no confronto camisas com listras horizontais em verde e branco, essas doadas pelo América Mineiro, equipe que continha alguns amigos dos administradores esmeraldinos. Mas como os mineiros só puderam ceder nove camisas, o uniforme goiano foi completado com camisas brancas.
Com essa vestimenta, o jogo ocorreu no Estádio Olímpico, na Avenida Paranaíba. Naquela época, o time realizava seus treinos num campo de terra anexo ao estádio da Avenida Paranaíba, e mandava seus jogos no campo de grama do antigo Olímpico. No ano de 1960, porém, a diretoria negociou a compra de uma área na região da cidade então conhecida como Fazenda Macambira. Essa área é hoje a sede da Serrinha, onde está erguido o Estádio Hailé Pinheiro, entre outras benfeitorias. Atualmente, a região é um dos pontos nobres da capital Goiânia.
A década de 1960, que começou promissora, seria, de fato, o inicio da mudança no status do clube. O ápice daqueles anos foi a conquista do primeiro titulo de campeão goiano. Aconteceu em 1966 e o Goiás fez uma campanha memorável, em que perdeu apenas um jogo, levando a taça pela primeira vez, um gesto que voltaria a acontecer outras 26 vezes nas décadas seguintes, transformando o clube no maior vencedor de Goiás e também da região Centro-Oeste. Porém foi na década seguinte que o clube começou a tomar as rédeas do futebol estadual e a ganhar certo destaque em competições nacionais.
Já no começo dos anos de 1970, o Goiás conquistou seu primeiro bicampeonato estadual, em 1971 e 1972. Um ano depois, e, 1973, o clube se tornou o primeiro do Estado a disputar o Campeonato Brasileiro, criado dois anos antes.
A estreia do Goiás no Campeonato Brasileiro de 1973 foi contra o Olaria, do Rio de Janeiro, dia 26 de agosto, um domingo, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico. Ali, o placar foi de empate por 0 a 0. Três dias depois, dia 29, uma quarta-feira, o Goiás voltou a campo no mesmo estádio para encarar novamente um time carioca, só que bem mais poderoso, e chegou à sua primeira vitória em campeonatos brasileiros. Foi contra o Flamengo, e o resultado foi 1 a 0, gol do atacante Lincoln.
Para fechar a década em termos de títulos, veio a conquista do bicampeonato estadual, em 1975 e 1976.
Nos anos de 1980 o Goiás ganhou mais cinco títulos do estado, inclusive o terceiro bicampeonato, 1986 e 1987. Essa também foi a década em que o clube conseguiu o terreno onde fica o Centro de Treinamentos entre o Parque Anhanguera e o Jardim Atlântico, em Goiânia, dando peito para o Goiás construir a edificação de uma das melhores infraestruturas do futebol nacional. Foi essa organização que permitiu ao time esmeraldino seguir crescendo. Resultado? Década seguinte mais vitoriosa de sua história até o momento.
Os anos 1990 já começaram a todo vapor com o título estadual e o vice-campeonato da Copa do Brasil, ambos em 1990. Porém muito mais estaria por vir no ano seguinte, em 1991. O Goiás conquistou o, então, inédito tricampeonato goiano. E outros cinco títulos estaduais ainda foram levantados naquela década, incluindo um pentacampeonato estadual, obtido com as conquistas entre 1996 e 2000. A sala de troféus dos anos 90 foi preenchida ainda com a taça de campeão brasileiro da Série B, o primeiro título nacional da história do clube esmeraldino, conquistada em 1999, que foi precedido pelo vice-campeonato na mesma divisão em 1994.
Na área administrativa, dois grandes fatos deixaram um destaque na década de 90. Um deles foi a inauguração do Estádio Hailé Pinheiro, localizado na sede da Serrinha. Abertura oficial do local aconteceu no dia 8 de fevereiro de 1995, com o Goiás recebendo o Kashima Antlers, do Japão, para uma partida amistosa. Dois anos depois, em 1997, o clube foi oficialmente convidado a participar do chamado Clube dos 13, a famosa associação dos maiores clubes de futebol do País.
Em 2000, o Goiás EC fechou a campanha do pentacampeonato estadual e começou a trajetória para a conquista do tricampeonato na Copa Centro-Oeste, ganhando o torneio em 2000, 2001 e 2002. A primeira década do Século 21 teve ainda a vitória esmeraldina em outros quatro títulos estaduais, tendo em conta o bicampeonato, em 2002 e 2003. Em 2005, mais uma barreira foi superada, quando o time realizou ótima campanha no Campeonato Brasileiro: terminou na terceira colocação e conquistou a vaga inédita para disputar a Taça Libertadores da América, a principal competição do continente, em 2006.
O Goiás tornou a ter luz internacional quatro anos depois, em 2010, quando chegou a à final da Copa Sul-Americana, ficando com o vice-campeonato após perder a final nos pênaltis para o Independiente, da Argentina. Na década de 10 do Século XXI, o Esmeraldino venceu o bicampeonato estadual, 2012 e 2013, além do bi da Série B, conquistando em 2012 o segundo titulo nacional do clube.
Campeonato Goiano: 1966, 1971, 1972, 1975, 1976, 1981, 1983, 1986, 1987, 1989, 1990, 1991, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2002, 2003, 2006, 2009, 2012, 2013, 2015, 2016, 2017 e 2018
Copa Centro-Oeste: 2000, 2001 e 2002
Campeonato Brasileiro Série B: 1999 e 2012