Brasil tem recorde de
mortes por Covid-19 em 24 horas e fica a instantes de superar
Itália 
Foto: Michele Cattani/AFP

Na última terça-feira (2), o Brasil registrou um novo recorde de óbitos por coronavírus em 24 horas, com 1.262, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao total, o país epicentro da América do Sul possui 31.199 mortes e 555.484 casos constatados. Atual cenário o coloca a instantes de ultrapassar número de falecidos da Itália, atualmente com 33.530. Caso ultrapasse, o país ficaria atrás somente de Reino Unido e Estados Unidos.

O Brasil permanece em fase de crescimento exponencial da pandemia, e a flexibilização das medidas de isolamento não é o caminho correto para conter o contágio e achatar a curva. É o que constata a Universidade Estadual Paulista, em Araçatuba, São Paulo (região Sudeste), a partir do “Acelerômetro da Covid-19” – estudo que avalia a perspectiva de crescimento do vírus em diversos lugares do mundo.

Cenário alarmante em São Paulo

Junto ao recorde alcançado em território nacional, o estado de São Paulo – onde há o maior número de vítimas da doença -, também alcançou o volume máximo de mortes e casos nas últimas 24 horas - 327 mortes e 6.999 novos casos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Desde o dia 1 de junho, o estado deu início a uma flexibilização do isolamento – mesmo sendo epicentro no país com 118.295 infectados e 7.994 falecidos - a partir da seguinte estratégia: trata-se de cinco fases, impostas de acordo a situação de cada região. A capital se enquadra na fase dois, na qual acontece liberações eventuais – sobretudo atividades civis não emergenciais e construção civil.

Hoje, o estado possui 73,5% de seus leitos hospitalares ocupados, enquanto sua capital convive com a realidade de 85,3%. O cenário tende a não ser dos melhores: “Nossa expectativa é que esse número cresça, e ele deve crescer, porque nós vamos fazer muitos testes. Inclusive, estamos colocando mecanismos para que os prefeitos tenham incentivos diretos essa testagem”, afirmou Patricia Ellen, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo.

 Apesar da informação de uma grande quantidade de testes que está por vir no estado, o Instituto Butantan – centro de pesquisa biológica localizado na capital São Paulo -, que processa os exames da rede pública, revelou que a média de testes subiu apenas 7%, do dia 1 de maio ao dia 31, em comparação à primeira quinzena do mês.

Outros cantos do país

O Rio de Janeiro, que permitiu atividade nas calçadas e no mar, mas proíbe com que as pessoas fiquem na areia da praia, é outro da região Sudeste com situação agravada, pois tem 93% dos leitos de UTI ocupados e 56.372 casos identificados, além de 3.828 mortes.

Os estados proporcionalmente mais afetados em número de mortes por Covid-19 são Amazonas (região Norte), Ceará (Região Nordeste), Pará (Região Norte) e Pernambuco (Região Nordeste), respectivamente. Estudo realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, no Sul, analisa a quantidade de casos e mortes por 100 mil habitantes, no intuito de calcular a rapidez com o que o vírus se amplia.

As regiões, em tese, menos preocupadas ao vírus são o Sul e Centro-Oeste, quando estes marcam presença em 6 dos 9 estados com melhores índices. Vale frisar que as análises se fazem a partir de números oficiais das entidades de saúde. O Brasil sofre com a subnotificação devido a uma não quantidade expressiva de testes, prejudicando a real noção dos números que envolvem o coronavírus no território nacional.

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