Resenha: Consolidando novo momento da banda, Angra lança Ømni
Foto: Divulgação/Angra

A banda paulista de power metal Angra lançou na última sexta-feira (16) seu trabalho mais recente: Ømni. O disco tem a ideia de juntar todos os momentos e histórias vividas e contadas pela banda nos outros álbuns e foi bem recebido pela crítica e pelos fãs.

Este é o primeiro disco com a nova formação e consolida o italiano Fabio Lione nos vocais e Bruno Valverde na bateria além de introduzir Marcelo Barbosa na guitarra, substituindo Kiko Loureiro, atualmente na banda de trash metal Megadeth.

Ømni é o nono disco de estúdio da banda e sucede o criticado Secret Garden. O grupo brasileiro tem grande destaque no cenário internacional, em especial no Japão. Confira abaixo a análise faixa por faixa.

1. Light of Transcendence
Começando o disco com os dois pés na porta, a música é um power metal da melhor qualidade e remete aos grandes sucessos feitos pela banda em outros anos, com refrão marcante e riffs sensacionais e grudentos. Uma das melhores do disco.

2. Travelers of Time
Primeiro música do disco a ser divulgada, Travelers of Time abusa da influência nordestina tendo a presença maciça de elementos percussivos.



3. Black Widow's Web (part. Sandy e Alissa White-Gluz)
Com participação da cantora brasileira Sandy e da canadense Alissa White-Gluz a música contra, através de alegorias e metáforas, uma história que tem como foco a Viúva Negra. A faixa ganha destaque pela alternância dos estilos vocais. A suave e doce voz de Sandy contrasta muito bem com o gutural de Alissa.

4. Insania
Com uma letra interessantíssima, Insania trata da insanidade humana e musicalmente é uma das músicas que mais chama atenção. O início "insano" é ditado pela bateria impecável e sempre brilhante de Bruno Valverde e do baixo marcante de Felipe Andreoli.

5. The Bottom of My Soul
Uma das baladas do disco, trata-se de um relato pessoal do guitarrista Rafael Bittencourt. O fundador e único membro remanescente da formação original da banda fez questão de cantar essa faixa e assim fez, muito bem - por sinal.

6. War Horns (part. Kiko Loureiro)
Uma das melhores letras de todo álbum, War Horns é toda baseada no Apocalipse segundo a Bíblia. A faixa é uma das mais rápidas de todo o álbum e remete aos áureos tempos do grupo paulista além de contar com a participação de Kiko Loureiro, antigo guitarrista da banda, fazendo o melhor solo do disco.



7. Caveman
Interessantíssima, Caveman conta com um coral feito por toda banda, em português. Marcada musicalmente pela influência brasileira a faixa usa muito bem a questão do mito da caverna de Platão para contar a sua história.

8. Magic Mirror
Com um piano muito marcante e essencial para a música, Magic Mirror é uma das faixas mais grudentas do disco e conta com uma pegada bem oitentista unida a um refrão grudante.

9. Always More
A faixa mais "triste" do álbum relata questões emocionais que podem ser vistas já no título da canção. "Sempre mais", em português. Apesar do protagonismo do Lione para contar a história, o fundo musical feito pela orquestra dá a sensação perfeita. A faixa foi composta nos tempos de Secret Garden, disco anterior.

10. Ømni - Silence Inside
Maior música do disco com oito minutos de duração, a faixa usa elementos do progressivo misturados com ritmos latinos para questionar a presença humana na imensidão do universo. A mescla entre Bittencourt e Lione nos vocais é perfeita e dá a dimensão exata do que a banda quis passar com o som.

11. Ømni - Infinite Nothing
Última faixa, é uma junção de todo o disco feito de maneira sinfônica, como já ocorreu em outros discos da banda.

No Japão o disco é acompanhado por uma faixa especial. Z.I.T.O., música lançada originalmente no álbum Holy Land de 1996. A nova versão conta com guitarras e baterias atualizadas além da presença de Lione substituindo André Matos nos vocais.

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