Insinuações sexuais, referência a drogas, sexo, mas um álbum incrivelmente dançante e a cara de uma banda que decolou a partir daí. Quando falamos de Red Hot Chili Peppers, falamos de uma banda que têm seu som próprio, e isso se mostrou de vez no quinto álbum da banda, o Blood Sugar Sex Magik, disco que com certeza entrou na história.
Dono de incríveis 19 certificados de platina, o BSSM foi o trabalho que fez com que uma das bandas mais aclamadas da história do rock norte-americano se colocasse de vez no lugar das grandes no mundo inteiro, e marcou história por ser um disco que conseguiu juntar muito bem a essência dos Chili Peppers, com bastante punk, funk e alguns riffs de heavy metal, uma mistura bem "picante", por assim dizer.
Além disso, o álbum é algo gostoso e divertido de se escutar ao mesmo tempo. Suas letras "pesadas", com várias referência eróticas, misturando temas como luxúria, preconceito, algo bem "sério" na época, e frustrações amorosas de Anthony Kiedis, vocalista da banda, são bem vistas por alguns e mal por outros, dependendo da sonoridade de cada pessoa.
A forma como foi feito o disco, impressiona. Anthony Kiedis, Flea e John Frusciante simplesmente ficaram "presos" na famosa The Mansion, antiga residência do ilusionista Harry Houdini, por mais de 30 dias, longe de tudo e de todos, totalmente focados em trabalhar no seu novo trabalho. Chad Smith? Bom, o baterista acreditava que o lugar era assombrado, então ia todos os dias de moto ao local. Frusciante até concordava com Chad, mas decidiu ficar.
Tudo isso foi ideia do grande produtor Rick Rubin, que foi visto como o cara perfeito. Os Peppers sentiam que Rubin era a cereja do bolo exatamente pela liberdade e auxílio que o próprio dá nas composições dos seus artistas. E essa relação deu mais do que certo, tanto que o produtor continuou sendo ele por mais cinco álbuns da banda: One Hot Minute, Californication, By The Way, Stadium Arcadium e I'm With You.
Canções
O trabalho feito no Blood Sugar Sex Magik foi mais rápido e maduro em relação a todos os primeiros quatro álbuns da banda. Todos os integrantes estavam mais maduros e conectados, até porque foi o segundo álbum de John Frusciante na banda. As letras, como já ditas, tem um significado maior para Anthony Kiedis, que falou dos seus grandes problemas com drogas e decepções amorosas nas canções mais "fortes", como na clássica "Under The Bridge" e em "I Could Have Lied".
E, por incrível que pareça, Rick Rubin entrou, também, nas partes mais "importantes": as letras. Em Under The Bridge, que veio de um poema feito por Anthony Kiedis, Rubin achou a letra muito "suave" para a pegada dos Peppers, alterando algumas partes, exatamente pelo estilo "moleque" e "ousado" da banda, que, na época eram garotos ainda.
Mas claro que não seria o Red Hot Chili Peppers se a letra não fosse polêmica e, de certo modo, "divertida", mas com uma censura bem pesada. Exemplo disso são as canções "Suck My Kiss", "If You Have To Ask", a clássica "Give It Away" e, sem sombra de dúvidas, a mais pesada de todas: "Sir Psycho Sexy", que são mais de oito minutos de letras bem pesadas, com Anthony realmente escrevendo a música como uma versão incrivelmente exagerada de si, um homem que poderia ter qualquer mulher e fazer o que quisesse com elas... é. A letra diz muito por si.
A primeira faixa do álbum, "The Power Of Equality", fala bastante sobre igualdades raciais, com enfoque no racismo e machismo. Uma canção que é, de certo modo, bem "emotiva", está em "My Lovely Man". A letra da música foi um tributo a Hillel Slovak, primeiro guitarrista e um dos três fundadores da banda, ao lado de Anthony e Flea. Deu para saber que cada canção teve uma importância e sentidos mais diversos, desde o mais "doloroso", ao mais "safado".
Considerações finais
O Blood Sugar Sex Magik é sim um álbum histórico por ter alavancado de vez o Red Hot Chili Peppers ao mundo da música, além de ter chegado com um som não novo, mas diferente, algo único da banda. Na época que saiu, em 1991, o álbum não saiu diretamente no mainstream, exatamente por não ter o estilo "adequado" a algumas rádios, por exemplo.
Além disso, vale lembrar que o disco foi lançado no mesmo dia de outro disco que mudou bastante a história do rock: Nevermind, do Nirvana. Com isso, o Blood Sugar foi até deixado um pouco de lado, com "razão" até, mas as suas melodias dançantes e pegada bem pesada chamaram atenção.
Por fim, o Blood Sugar Sex Magik tem sua representatividade tão grande na história do rock, que ele ocupa a 88ª colocação entre os 200 melhores álbuns da história, segundo o Hall da Fama do Rock, ou seja, ele é sim um disco que ficará para sempre no livro dos grandes trabalhos da história da música.