Desde as antigas civilizações viver em sociedade é fundamental. Aprendemos a compartilhar, a ajudar uns aos outros, conhecemos pessoas distintas e iguais a gente, aprendemos expressões, ditos populares e pouco a pouco vamos escrevendo nossa história. Ditos populares, caminhoneiros e o povo como verdadeira nobreza, esses serão enredos de três escolas de samba da Capital Paulista. O que elas têm em comum? Todas falam de povo, pessoas, personagens presentes em nossos dias. Diferentemente do que estamos acostumados a presenciar: homenagens à grandes ícones da nossa cultura.
A Rosas de Ouro será a primeira dessa tríade a apresentar seus trabalhos no Anhembi, a Roseira que tem como título do enredo “Pelas estradas da vida! Sonhos e aventuras de um herói brasileiro” contará a história dos caminhoneiros. Classe de trabalhadores que leva a vida na estrada, longe da família, para conseguir trazer e levar não só mercadorias, mas sim histórias e saudades. A azul e rosa conquistou a quinta colocação no ano de 2017, com o enredo sobre os grandes banquetes do mundo. Em 1987, quando a Rosas conquistou o vice-campeonato, o enredo também tinha a ver com povo. A escola contou sobre o povo paulista. Será que esse ano vai dar título pra Roseira?
Já na segunda noite de desfile, a X9 Paulista abrirá os trabalhos no Anhembi, trazendo toda a magia por trás dos ditados, provérbios e expressões populares. “Quem canta seus males espanta”, “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, “Onde Judas perdeu as botas” será alguns dos ditados mostrados pela escola no Anhembi. Com uma sinopse pra lá de divertida, onde a X9 apresentou o enredo a toda comunidade, a escola brincou de misturar as expressões com a história.
Confira um pedaço da sinopse “É tudo inspirado no que o povo diz e conhece na literatura popular cotidiana. Em nossa passagem queremos ser adorados e sacralizados como um “elefante branco”. Se tanta beleza for incomodo aos seus olhos, é pura inveja! E trate de “vestir a carapuça”. Com certeza tens “culpa no cartório”, e por isso eu “não ponho a mão no fogo” para quem sempre é “o pomo da discórdia”. E para pessoas assim. Sou de “estilo lacônico” e de presente vos entrego “uma caixa de pandora”. Pois inveja e avareza não combina com nossa humildade, afinal: “Quem tem olho grande não entra na China”
A X9 Paulistana, volta ao grupo especial em 2018, após passar uma temporada no acesso. A escola caiu no ano de 2016, com um enredo sobre Belém do Pará e a lenda do açaí, já voltou ao grupo especial em 2017, sendo campeã com o enredo “Vim, vi, venci. A saga artística de um Semideus”.
Também no segundo dia, a Império da Casa Verde será a segunda escola a pisar na avenida. Tendo como base a Revolução Francesa, onde o povo venceu os governantes corruptos, a escola vai mostrar todos os triunfos da população. Mostrar que nobreza real não é reis, rainhas e governantes e sim, o povo. Além da Revolução Francesa, a escola se espelhará também no livro “Os Miseráveis”, o clássico francês escrito por Victor Hugo e na novela exibida pela rede globo em 1989 “Que Rei sou eu”. A Império foi campeã no ano de 2016, com o enredo “O império dos mistérios”, e em 2017 conquistou o quarto lugar com “Paz. O Império da nova era”.
Para o carnaval 2018, fica a questão: Será o que o povo vai dar samba? Será que expressões populares e caminhoneiros mostrarão que a nobreza realmente é o povo? As respostas, virão nos dias 9 e 10 de fevereiro.