O nível está alto pelas bandas de Ramos. Pelo menos desde 2014, a Imperatriz Leopoldinense apresenta bons sambas em suas safras, e a final que acontece na noite desta segunda-feira (16) não será diferente. As parcerias de Jorge Arthur, Elymar Santos e Moisés Santiago disputam quem empurrará a Verde e Branco pela Sapucaí no ano que vem, com o enredo 'Uma Noite Real no Museu Nacional', sobre os 200 anos do Museu Nacional, idealizado por Cahê Rodrigues.
Tradicionalmente íntima dos livros de História do Brasil, a Imperatriz levará à Marquês de Sapucaí um enredo clássico e didático, com a sua cara. Os sambas, por consequência, também apresentam o 'jeitão' da Rainha de Ramos. O que desponta como favorito é o da parceria de Jorge Arthur, Marinho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pesse e Piu das Casinhas, defendido por Tinga durante a disputa. A obra, apesar da característica 'pra cima', não deixa de lado a complexidade na letra, como nos versos "A brisa me levou para o Egito / Onde um solfejo lindo da cantora de Amon / Ecoa sob a lua e o sereno / Perfumando a Deusa Vênus sem jamais sair do tom". O refrão apela para o orgulho próprio do componente, no verso "Gira a coroa da Majestade / Samba de verdade, identidade cultural".
Outro samba forte da disputa, a obra da parceria de Elymar Santos, consagrado cantor da música brasileira, traz uma bateria menos acelerada, que relembra as gravações das décadas de 1970 e 1980. Os versos "Linda arquitetura, traços europeus / Uma Boa Vista para os olhos teus" se destacam pela referência sutil a Quinta da Boa Vista. Para defendê-lo, um trio de peso foi escolhido: Nêgo, Leonardo Bessa e Diego Nicolau dividem o microfone com o próprio Elymar Santos. Também assinam o samba Tião Pinheiro, Alexandre Moreira, Bruno Castro e Bello.
Outro samba presente na final é o de Moisés Santiago, figura conhecida no samba carioca, com músicas gravadas por Beth Carvalho, Almir Guineto e o Grupo Fundo de Quintal, além de uma trajetória de sucesso pelas disputas de samba enredo - também assinam Adriano Ganso, Aldir Senna e Jorge do Finge. Defendido por Wander Pires, a obra peca na extensão da letra - são 36 versos -, mas se garante na melodia animada e na fidelidade ao enredo.
SERVIÇO:
Segunda-feira (16), a partir das 20h
Endereço: Rua Professor Lacé, 235 - Ramos
Telefone: 2560-8037
OUÇA OS SAMBAS CONCORRENTES
Parceria de de Moisés Santiago
Parceria de Jorge Arthur
Parceria de Elymar Santos