Relembre: Em 2015 Rock in Rio levou milhões ao Parque Olímpico
Rock in Rio 2015

A edição 2015 do Rock in Rio foi a sexta realizada no Rio de Janeiro. Pela terceira vez após o retorno ao Brasil, o festival teve como grande destaque o Queen, que encerrou a primeira noite. O evento dividiu opiniões, tanto pelas atrações quanto pelo apelo comercial muito presente dentro do Parque Olímpico Cidade do Rock.

O evento contou com quatro áreas de shows. O Palco Mundo reuniu as principais estrelas, enquanto que o Palco Sunset reservou vários encontros. A Rock Street a Tenda Eletrônica também estiveram presentes na Cidade do Rock. O primeiro fim de semana aconteceu entre os dias 18, 19 e 20 de setembro. Após uma curta folga durante a semana, o festival voltou em 24, 25, 26 e 27 daquele mesmo mês.

Muitos pontos negativos ficaram escancarados na última edição do RiR. A reciclagem de atrações, a escala de bandas sem o mesmo perfil da atração principal, filas enormes para pegar brindes das patrocinadoras – quase transformando o local em um grande shopping. Inclusive venderam uma suposta lama da edição de 1985.

O Rock in Rio 2015 juntou vários elementos, jogou tudo no mesmo ambiente e deixou a música quase como um plano de fundo, com exceção dos headlines e algumas outras estrelas, que fechavam a noite em seus respectivos palcos.

18 de setembro

O grande destaque daquela noite, sem sombra de dúvidas, foi a apresentação do Queen com o vocalista Adam Lambert. A banda britânica marcou história no festival e retornou ao Rio 30 anos depois do icônico show. Mesmo sem ter o “tamanho” de Freddie Mercury, Lambert não deixou a desejar e esteve à vontade. Não há como comparar, mas o cantor estadunidense fez uma boa atuação, mesmo sofrendo algumas criticas naturais. O clima de nostalgia durou por toda a apresentação, mas sempre com muita emoção, principalmente nos grandes clássicos.

Mais de 85 mil pessoas contaram grandes hits como Bohemian Rhapsody, Don’t stop me now, entre outras. O grande momento do show foi quando Brian May fez uma versão acústica de Love of my life.

O Palco Sunset contou com vários nomes de peso da música nacional. O destaque ficou por conta da Homenagem a Cássia Eller. Lenine esteve ao lado de vários convidados e agradou ao público. No Palco Mundo, a festa de 30 anos do Rock in Rio foi uma verdadeira “reprise ao vivo”. Vários artistas cantando seus principais sucessos. Valeu pelo “crossover”.

19 de setembro

Metallica foi o destaque daquela noite. A banda estadunidense emendou sua terceira participação seguida no festival: 2011, 2013 e 2015. O show foi seguro, normal para a banda. Mas o destaque negativo ficou por conta de um apagão durante Ride the lightning. Após cinco minutos, os membros retornaram ao palco e tocaram The Unforgiven.

(Tasso Marcelo/AFP/Getty Images)

O quarteto tocou clássicos e algumas raridades, como Frayed ends of sanity. Metallica possui uma vasta gama de músicas, mas algumas são quase obrigatórias no setlist. Diante deste cenário, a banda conseguiu balancear a construção do roteiro. Resumindo, mantiveram a pegada e o clima geral do show foi de dever cumprido. A formula padrão daquela turnê foi seguida com maestria.

Korn esteve de maneira inexplicável no Palco Sunset. Poderia muito bem ter feito seu show no principal. Entretanto, os ícones do New Metal foram preteridos por Gojira e Royal Blood. Mötley Crüe fez um show emocionante pelo contexto da própria banda. Realizando sua última turnê, os americanos mostraram um “best of”, mesmo com uma setlist reduzida em relação as apresentações da época. Nikki Sixx foi um dos destaques.

20 de setembro

Foi realmente um dia pesado. Grandes e gigantes se apresentaram no terceiro dia do festival. Paralamas do Sucesso abriu o dia no Palco Principal. A banda nacional tocou três covers: Você (Tim Maia), Inútil (Ultraje) e Que país é esse? (Legião). O show foi baseado nos grandes hits dos anos 80, relembrando a grandiosa participação na edição de 1985. O romântico Seal fez um bom show, a sedução tomou conta do Rock in Rio. Obviamente, Kiss from a rose não faltou.

Ao contrário de 2011 - quando tocou entre Katy Perry e Rihanna - Elton John desta vez esteve para o público certo. Na noite dos “veteranos”, o inglês fez um baita show e incluiu a faixa Your song, que ficou de fora na apresentação anterior. Claro que algumas músicas ficaram de fora, encaixar quase 50 anos de carreira em algumas horas não é uma tarefa fácil.

Rod Stewart encerrou a noite com uma performance destacável. Foram várias trocas de roupas, muitos sucessos, brincadeiras e até bolas chutadas para a plateia como forma de presente. Elas estavam autografadas. Forever Young teve grande participação do público. O Palco Sunset teve John Legend, Magic!, Baby do Brasil e convidados, e Alice Caymmi com Eumir Deodato."

(Foto: Raphael Dias/Getty Images)

24 de setembro

Após alguns dias, o festival retornou com muito rock. A temperatura escaldante foi fundamental para a troca da camisa preta pelo desnudo. A tarde/noite reservou grandes shows. Os destaques do Palco Sunset foram Lamb of God, Halestorm e Deftones. Ainda tivemos Project 46 com John Wayne.

O Palco Mundo trouxe o retorno do Queens of the Stone Age, que fez uma apresentação polêmica em 2001, mas conseguiu se redimir na edição passada. CPM 22 estrou no festival após a recusa na edição 2011. Hollywood Vampires também teve um show destacável, principalmente pela participação de Johnny Depp, que chamou muita atenção mais por ser ele do que pela parte musical. Reunindo grandes nomes como Alice Cooper, Duff McKagan, Matt Sorum e Joe Perry, a banda tocou vários covers.

David J Hogan/Getty Images

A atração da noite era System of a Down, que tocou 27 músicas quase que em sequencia e não deixou o ritmo cair. Chino Moreno, do Deftones, participou da música Toxicity. O show foi parecido com o feito em 2011, mas o público não deu muita importância para isso, estavam mais preocupados em pular e curtir o som pesado da banda.

25 de setembro

Slipknot era a grande atração daquela noite. Duas coisas chamaram atenção: a impressão de menos público que nos outros dias e uma intensidade menor da plateia, que estava se poupando para o grupo de Iowa. Grupo formado para o festival, Clássicos do Terror fez o básico ao tocar vários covers, foram criados para tal, então não há muito o que exigir. O Palco Sunset também contou com os portugueses dp Moonspell e a participação de Derrick Green. Nightwish fez um grande show, e Steve Vai + Camerata Florianópolis encerraram o Sunset naquela noite. 

Mastodon e De La Tierra fizeram boas apresentações, mas o público não ajudou muito. A banda estadunidense tocou apenas 13 músicas, sendo que o desejo deles era de 15. O supergrupo latino encontrou alguns espaços vazios na frente do Palco Mundo. Com direito a pulo errado de Mike Patton, o Faith no More fez um show que chamou atenção pelo estilo no palco: roupas brancas e flores. Um dos pontos negativos – para alguns - foram as ausências de músicas mais conhecidas em detrimento das lançadas no álbum Sol Invictus (2015). Porém, fizeram bem ao não se apoiar tanto no passado.

Foto: Raphael DIas/Getty Images

Após se “pouparem” durante todo o dia, o público foi recompensado com uma porrada gigantesca do Slipknot. Muitas novidades marcaram o show, com destaques para os dois novos integrantes: Alessandro Venturella e Jay Weinberg. O disco .5: The Gray Chapter foi muito bem explorado pela banda. Muita energia, força e participação da plateia, a apresentação dos estadunidenses foi realmente acima da média. Teve até feliz aniversário para o percursionista Clown. Vale ressaltar também a chamativa estrutura colocada no Palco Mundo.

26 de setembro

O penúltimo dia do festival também contou com grandes nomes, mas tudo e todos aguardavam por Rihanna. Antes da cantora, porém, muitos shows bacanas aconteceram no Palco Sunset: Brothers of Brazil com Glen Matlock, Erasmo Carlos e Ultraje a Rigor, Angelique Kidjo com convidados e Sério Mendes com Carlinhos Brown. Estes dois últimos escalados em um dia “errado”, espaço vazio não faltou no último show do Sunset.

Lulu Santos abriu o Palco Mundo com grandes sucessos repaginados e alguns convidados. O cantor agitou a plateia facilmente e teve a contribuição de Rodrigo Suricato e Mr. Catra. Lulu até lamentou o pouco tempo para tantas músicas boas para incluir no setlist. Mas sem problemas, foi uma baita apresentação.

A banda australiana Sheppard contou com o vocalista George saltando da tirolesa no início do show. Além dele, as irmãs Emma e Amy também fazem parte da banda, que chamou mais atenção pela simpatia e carisma que pelo show em si, um pop quase genérico, mas que cumpriu o que prometeu. Sam Smith tinha a difícil missão de ser a penúltima apresentação. O cantor inglês fez covers de Amy Winehouse, Elvis, Marvin Gaye e Chic para preencher seu curto setlist. Mesmo assim, ele fez um show sólido.

Foto: Buda Mendes/Getty Images

Principal atração daquela noite, Rihanna atrasou um pouco e fez uma apresentação apressada. Naquela ocasião, a cantora estava mais sóbria e mostrou sua versatilidade indo além do pop, fazendo uma versão mais rock do hit Umbrella e fazendo um reggae pesado em Man Down.

27 de setembro

No último dia da edição tivemos um público baixo no Palco Sunset. O destaque ficou com a Homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro. A apresentação contou com grandes nomes: Gabriel, o Pensador, Simoninha, Buchecha, Roberta Sá, Fernanda Abreu, Maria Rita, Léo Jaime e Davi Moraes e Alcione.

Cidade Negra abriu os trabalhos no Palco Mundo. A banda brasileira conversou bastante, pediu o apoio do público, fez protesto diante do cenário político daquele momento. Naturalmente, conseguiram conquistar a plateia. O dueto AlunaGeorge apresentou um estilo mais moderno. Vale ressaltar que a banda entrou de última hora no palco principal após Robyn cancelar o show. A vocalista Aluna se destacou com uma performance muito boa, surpreendente e com alto astral.

O A-ha esteve de volta ao Rock in Rio. Após tocar para quase 200 mil pessoas em 1991, a banda norueguesa despertou um sentimento de nostalgia na edição 2015. A expectativa pelo clássicos antigos era tão grande que os próprios fãs reclamaram das músicas do álbum mais recente no setlist. Teve teclado para todos os gostos.

Encerrando a última noite do festival, a tão aguardada Katy Perry trouxe uma mistura de Broadway com carnaval. O show foi arrastado, com 19 músicas divididas em seis blocos. Foram nove trocas de roupas, espaço para o DJ e backing vocal, vídeos aleatórios, neon, cavalo mecânico articulado, etc. Os grandes hits embalaram a madrugada e ainda teve tempo de chamar uma fã ao palco, Rayane Souza. As críticas bateram na tecla do “show infantil”, cores não faltaram.

Foto: Maurício Santana/Getty Images
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