Análise: Com poucas novidades, Imagine Dragons lança Evolve, seu terceiro álbum
Capa de Evolve, álbum que traz os singles Thunder, Whatever It Takes e Believer. Foto: Divulgação

Na última sexta-feira (23), a banda indie norte-americana Imagine Dragons lançou seu terceiro álbum de estúdio intitulado Evolve. Apesar de novo, o que menos se percebe no álbum são novidades, no que diz respeito ao estilo da banda. Contudo, não faltou qualidade.

Para quem já conhece o grupo, ouvir Evolve pela primeira vez parece uma mescla entre os dois álbuns anteriores, o Night Visions - que lançou a banda de Las Vegas ao mundo e no qual está a icônica Radioactive, canção vencedora do Grammy de Melhor Performance de Rock em 2014 - e o Smoke + Mirrors. Isso porque algumas "fórmulas" de composição dos dois primeiros discos são perceptíveis em grande parte das canções.

Um bom exemplo é a própria Believer, um dos singles que a banda lançou para promover o mais recente trabalho. Os vocais agressivos de Dan Reynolds e a percussão bem marcada resgatam o melhor de Radioactive, bem como a estrutura em que é apresentada a composição, com versos de prelúdio antecedendo um refrão simples, porém quase catártico.

Aliás, catártico também é um adjetivo que pode ser usado para descrever a canção Whatever It Takes, também lançada como single de promoção do novo álbum. Sua letra, um misto de romance, com superação e amor selvagem, cresce de acordo com a aproximação do refrão, combinando suaves e múltiplas vozes nos backing vocals com uma levada bem marcada da bateria e efeitos diversos que dão uma sensação de êxtase.

Por falar em single, Thunder foi uma das músicas do álbum que mais chamou a atenção. Além de se aproximar bem mais do pop e da eletrônica, a canção tem uma pegada que remete muito ao estilo de Lorde. Basta ouvir Royals ou Team - ambas da cantora neozelandesa - para constatar que a parceria com Joel Little - que contribui com a banda na gravação de algumas faixas de Evolve e que foi o produtor do primeiro disco da cantora - aproximou um pouco o grupo de Las Vegas do estilo da artista.

Outra característica que nitidamente foi resgatado das obras anteriores se encontra na canção Start Over. A faixa é trabalhada na estrutura de compasso conhecida como 3/4 (três por quatro, na linguagem musical), um tipo de arranjo não muito utilizado no rock ou pop. A "ousadia", porém, em trabalhar fora da zona de conforto desses estilos, só mostra a qualidade técnica da banda, que demonstrou no álbum sua evolução - talvez para justificar o nome "Evolve" -, ainda que sutil.

No disco anterior, Smoke + Mirrors, a canção Summer também apresenta a mesma estrutura e, apesar de não ter alcançado o mesmo sucesso comercial de Shots, I Bet My Life e Warriors, também do mesmo álbum, pode ser facilmente classificada como uma das melhores canções do disco, assim como Start Over dentro do Evolve.

Além das canções aqui citadas, o álbum traz também I Don't Know Why, Walking The Wire, Rise Up, I'll Make It Up To You, Yesterday, Mouth Of The River e Dancing In The Dark, somando ao todo com 11 faixas. Lançado pela gravadora KIDinaKORNER/Interscope Records, o álbum já está disponível na íntegra no Spotify e no iTunes.

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